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Previsão para cargas de granito no Pecém é superior a 60 mil toneladas
Economia

Previsão para cargas de granito no Pecém é superior a 60 mil toneladas

| ATÉ O FIM DO ANO | Em 2017, foram movimentadas apenas 6 mil toneladas
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No próximo domingo, sairá pelo Porto do Pecém um navio da G2 Ocean carregado com mais de sete mil toneladas de granito em direção à Itália. Será o primeiro de carga compartilhada com celulose vindo do Espírito Santo (ES). A estratégia é usar a profundidade do porto cearense como diferencial competitivo para otimizar os porões dos navios e atrair novas cargas para o Estado. A expectativa da Tecer Terminal, operadora dos berços 5, 6 e 7 do Terminal de Múltiplo Uso (Tmut) do Pecém, é movimentar mais de 60 mil toneladas de granito até o fim do ano, 900% a mais ante as 6 mil toneladas do ano passado.


O gerente da Tecer Terminais, Carlos Alberto Alves, explica que os navios que hoje transportam celulose saem do porto capixaba com 80% do seu espaço preenchido em função do limite do calado do porto (fundura máxima que as embarcações podem atingir quando totalmente carregadas) de 13,5 metros. Mas poderiam viajar com os porões cheios se passassem pelo Ceará para embarcar mercadorias antes de seguir viagem. No caso do Pecém, em São Gonçalo do Amarante o calado de 15 metros permite a movimentações de até 130 mil toneladas.

[SAIBAMAIS]

“A gente identificou a oportunidade de completar esta capacidade do navio com granito pelo Porto do Pecém. No momento em que ele chega aqui, este material pesa, baixa o centro de gravidade, o que permite atravessar o oceano com mais segurança”, diz.


Neste sentido, ganharia o armador, porque otimizaria o espaço do navio; as exportadoras de granito do Nordeste, porque não precisariam descer suas mercadorias ao estado vizinho para depois seguir para a Europa; e o porto cearense que incrementaria as exportações.


Pelo Pecém, foram exportadas 6 mil toneladas de granito em 2017. Já o Espírito Santo, líder no segmento, movimenta 80 mil toneladas mensais. A ideia é absorver até 20% do volume por meio do compartilhamento de espaço nos navios.


As negociações com armadores e exportadores de granito foram capitaneadas em parceria com Rebeca Oliveira, diretora comercial do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp S.A), em outubro do ano passado. Em março, durante a Intermodal, uma das principais feiras de logística das Américas, foi fechado o primeiro contrato. Nos próximos três meses devem ocorrer mais viagens com embarque de mais sete mil toneladas de granito.


A instalação de indústrias do setor de rochas ornamentais na Zona de Processamento de Exportações (ZPE), que fica no complexo, também ajuda a fortalecer o cenário. Pelo menos 20 empresas já assinaram protocolo de intenção. “A gente pode chegar a 60 mil toneladas até o fim do ano. Vai depender é claro do nosso desempenho”, afirma Alves.

 

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