A inauguração da indústria polonesa Can-Pack, em Maracanaú, vai gerar 300 empregos na produção de latas de alumínio. A empresa está com 30 vagas em aberto nas áreas de ferramentaria, automação, qualidade e produção. Ampliações de fábrica de calçados no Interior respondem por outras 2 mil oportunidades, fomentando a retomada dos postos de trabalho no Estado.

Com investimento de R$ 600 milhões em duas plantas de produção, a Can-Pack foi inaugurada ontem em Maracanaú, na unidade industrial da antiga Cia Metalic do Nordeste, adquirida em 2016 pela polonesa. Com a modernização da estrutura e equipamentos, a fábrica será a sede da companhia no Brasil e deve se tornar o centro de produção e distribuição de tampas para todo o mercado nacional.

Segundo Paulo Dias, presidente da Can-Pack Brasil, a escolha pelo Ceará se deu por oportunidade. A companhia já tinha interesse no Brasil há algum tempo e surgiu a chance de comprar a Cia Metalic, com estrutura e conhecimento de mercado. Paulo diz que novos investimentos serão em médio prazo, quando as operações estiverem consolidadas, sendo uma possibilidade a exportação das tampas, negócio para daqui a dois anos. “Precisa deixar o mercado brasileiro estabilizar e voltar a crescer um pouco”, explica.

Na visão do prefeito de Maracanaú, José Firmo Camurça (PSDB), a Can-Pack é uma empresa âncora que atrairá outras indústrias para a cidade. “Maracanaú concentra o maior polo industrial do Estado”, acrescenta, destacando mais oportunidades de empregos para a região. Segundo ele, estão previstos expansão do Grupo Vicunha neste semestre, que atualmente emprega 3.500 pessoas, e instalação de uma nova indústria na av. Senador Virgílio Távora de Maracanaú.

Uma forte ambiência para a atração de investimentos configura o atual momento do Ceará na visão de Eduardo Neves, presidente da Agência de Desenvolvimento do Estado (Adece). Para ele, a trinca de hubs (aéreo, saúde e tecnologia), assim como a negociação do Porto do Pecém com Roterdã credenciam o Ceará como foco de investimentos.

Exemplo de resultados positivos ainda neste ano é a ampliação de empresas de calçados do Interior, como a Dilly Sports e a Calçados Senador Pompeu, que devem gerar mais de 2 mil empregos, adianta o gestor.

Um ano de consolidação para a indústria é o que prevê Beto Studart, presidente da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), para 2018. Ele diz que a vinda da Can-Pack, uma empresa de porte global, é um sinalizador de aposta no Estado. “É tecnologia, cultura, educação que estão chegando. É um momento extremamente auspicioso”, observa.

O Ceará é o segundo mercado da Solar Coca-Cola e terá na Can-Pack um importante fornecedor local de latas de alumínio. Para Arthur Ferraz, gerente de Relações Governamentais da empresa, a instalação da fábrica de Maracanaú vai trazer ganho de produtividade e inovação. “Consegue aumentar a sinergia e agilizar a entrada desses produtos com parceiro desse porte próximo da gente”, avalia.

A Solar emprega 2.028 pessoas no Ceará e 12.081 colaboradores em todo o Nordeste e Mato Grosso. A empresa está ampliando o quadro da área comercial nas regiões onde atua, com a contratação de promotores de venda, vendedores, desenvolvedores de mercado e supervisores de venda. Em 2017, a Solar investiu R$ 83 milhões no Ceará e prevê o aporte de mais R$ 101 milhões no Estado nesse ano.

VAGAS EM OFERTA

Para as oportunidades mencionadas na Can-Pack, o candidato pode enviar currículo para recruitment_br@canpack.com.br

CAN-PACK

PERFIL

Sede em Cracóvia (Polônia), integra a Giorgi Global Holdings, que tem sede na Filadélfia (EUA).

Produz latas de alumínio, garrafas de vidro, tampas coroa e embalagens metálicas para indústrias alimentícia e química.

Com mais de 25 anos, atua na Europa, Ásia, África, Oriente Médio e América do Sul. Possui 26 fábricas e está presente em 15 países.

Os produtos incluem 23 linhas de latas e 17 de tampas. Produção de 20 bilhões de latas por ano e 23 bilhões tampas/ano, vendendo para mais de 70 países.

6.500 funcionários, sendo 500 no Brasil e 300 em Maracanaú.

Comprou a Metalic em 2016 por R$ 373 milhões.

Investimento no Brasil de R$ 1 bilhão, somando a fábrica de Itumbiara (Goiás) e os R$ 600 milhões na modernização dos equipamentos em Maracanaú.

A fábrica será o centro de produção e distribuição de tampas para todo o mercado brasileiro, além de sede da companhia no Brasil. A planta possui 100mil m², com a capacidade produtiva de 1,5 bilhão de latas/ano.