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Selic recua a 6,50% ao ano e tende a cair ainda mais
Economia

Selic recua a 6,50% ao ano e tende a cair ainda mais

O que poderia atrapalhar a continuidade da queda da taxa básica de juros seria um salto no dólar ou alta surpresa da inflação
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O Banco Central confirmou as expectativas e cortou o juro pela 12ª vez consecutiva ontem ao reduzir a taxa Selic de 6,75% para 6,50% - novo piso histórico. O anúncio do Comitê de Política Monetária (Copom), porém, veio com uma surpresa: a indicação de que o ciclo de desaperto deve continuar. Economistas acreditam que a Selic pode cair para 6,25% em maio.


“Para a próxima reunião, o Comitê vê, neste momento, como apropriada uma flexibilização monetária moderada adicional”, cita o BC. A indicação surpreendeu economistas, já que a maioria apostava que março marcaria o fim desse ciclo de cortes que começou em outubro de 2016.


O pano de fundo para a redução adicional do juro é a inflação surpreendentemente baixa. Os membros do Copom reconheceram que, a despeito da recuperação econômica considerada “consistente”, a alta dos preços “evoluiu de forma mais benigna que o esperado nesse início de ano”.


Por isso, o Comitê reduziu a estimativa oficial para o IPCA deste ano de 4,2% para 3,8%. Para 2019, espera-se 4,1%. Com a inflação abaixo do centro da meta de 4,5% nos dois anos, o BC defende que o corte adicional “mitiga o risco de postergação da convergência da inflação rumo às metas”.


Apesar da sinalização assertiva do novo corte, o BC não fechou a porta para a hipótese de juro estável em maio. A confirmação de riscos poderia levar a essa decisão, diz o BC. Entre os temas mapeados, estão a chance de que a inflação baixa reduza ainda mais a trajetória futura dos preços.


Curiosamente, o Copom também menciona o risco de eventual “frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e ajustes”. O texto não cita a retirada da reforma da Previdência da pauta do Congresso, mas diz que eventual frustração “pode afetar prêmios de risco e elevar a trajetória da inflação”.


Após o corte de juro, até o presidente Michel Temer comemorou a decisão do BC. Pelas redes sociais, disse que “a política econômica está fazendo história”. “A taxa básica de juros é a menor já registrada, 6,5%. E graças à inflação que continua baixando”, disse.


Longe das comemorações, o crédito ao consumidor está caro. A taxa média para pessoas físicas terminou janeiro em 55,8% ao ano. Nas operações mais populares, é ainda mais alto: 328% no cartão de crédito e 325% no cheque especial.


O economista-chefe do Santander, Mauricio Molon, acredita que o juro cairá “mais uma vez” para 6,25% em maio, quando o ciclo de cortes seria encerrado. Nota, porém, que eventual “pulo” do dólar ou alta surpresa na inflação estão entre os fatores que poderiam reverter o cenário e suspender o corte. Ele não descarta a chance de cortes extras - com juro em 6% ou inferior - se a inflação continuar surpreendendo.

Agência Estado

 

COMO A INFLAÇÃO IMPACTA

A chances de cortes extras na Selic - com juro em 6% ou inferior - ainda não estão descartadas se a inflação continuar a surpreendendo

 


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