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Com consolidação de frutas, Maersk espera mil contêineres em um ano
Economia

Com consolidação de frutas, Maersk espera mil contêineres em um ano

O Porto do Pecém, com a ampliação do Canal do Panamá, se torna caminho para importações e exportações do Brasil
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Em 2018, a principal aposta está na nova rota da Maersk Line em parceria com a Hamburg Süd, a AC5, que vai interligar o Ceará à Ásia. Apesar de ter como foco principal atender às importações da Colômbia, a parada – a única em porto brasileiro - abre uma janela para as exportações cearenses, sobretudo, de frutas.


O diretor de trade e marketing da Maersk Line, João Momesso, diz que se trata de uma aposta, já que ainda não há um mercado de frutas estabelecido com os países asiáticos, mas que, se der certo, pode significar o transporte de mais de mil contêineres em um ano. As operações AC5 começam em abril e devem fazer a primeira escala no Porto do Pecém, em São Gonçalo do Amarante, no próximo dia 14 de maio.

[SAIBAMAIS]

Em entrevista ao O POVO para divulgar, ontem, relatório “Brazil Trade Report” da Maersk Line, Momesso destaca que o impacto não será no curto prazo. É preciso ainda acordos comerciais entre os países para viabilizar preços mais competitivos, mas as frutas têm qualidade, há interesse sobre o produto, e agora uma rota competitiva. Na prática, o tempo de viagem cairia de 60 dias para apenas 29.


“Nossa expectativa não é de navio cheio nas primeiras semanas. Na verdade, para a gente, é mais um voto de confiança no mercado. Mas, se a gente conseguir fazer com que 20% do que vai para Europa comece a ir para Ásia, estamos falando de milhares de contêineres”, afirma.

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Em um cenário menos otimista, ele diz que seriam algumas centenas de contêineres. “Acreditamos muito no Pecém, é uma região geográfica conveniente”.


A nova linha conta com 11 navios, mas teria capacidade de acomodar com facilidade pelo menos cem contêineres do Pecém por semana. Apesar de ainda não ter nenhum contrato fechado para nova rota, ele diz que os empresários cearenses do setor estão animados e trabalhando para viabilizar negócios.


Além das frutas, a exportação de carne poderia se beneficiar da rota. “Hoje a carne do Norte e Nordeste ou vai até o porto de Santos (SP) ou o de Vila do Conde (PA), mas poderia vir pelo Pecém. O que a gente imagina é marginal, mas sem dúvida nenhuma pode permitir que algumas empresas possam mover seus fluxos de carga refrigerada para cá”.


Hoje as exportações pelo Pecém representam 1,3% do volume das importações de carga conteinerizada do País e 1,2% nas exportações. Em 2017, o destaque foi para a indústria de químicos, cujas importações aumentaram 53%. Já as exportações tiveram queda de 7% no comparativo com 2016.


Momesso também se diz confiante com os benefícios de uma parceria da gestão do porto cearense com Roterdã. “Quando se fala de infraestrutura, o Brasil ainda tem muito que aprender e desenvolver. Além disso, Roterdã é um dos principais portos do mundo. Então, qualquer ação de aproximação a gente vê como positiva no sentido de tornar os processos cada vez melhores”.


Sobre a movimentação de cargas no Brasil, o relatório da Maersk aponta alta de movimentações foi de 8,9%. Para este ano, projeta-se um crescimento menor, mas em bases mais sólidas, de 3,4%.


No Porto do Pecém, o relatório mostra que a movimentação de cargas, apenas conteinerizadas, importação mais exportação, fechou 2017 com crescimento de 1% ante 2016.


 
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