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Após dois anos em queda, economia cearense cresce 1,87%
Economia

Após dois anos em queda, economia cearense cresce 1,87%

Resultado teve impacto da agropecuária e da indústria
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Após dois anos amargando recessão, o Produto Interno Bruto do Ceará (PIB) cresceu 1,87% em 2017. O anúncio foi feito pelo governador Camilo Santana (PT) em sua página pessoal no Facebook. Com o resultado, o Estado cresceu mais que a média de 1% do País, divulgado em 1º de março pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

“Foi uma conquista importante para o Ceará na economia, mesmo com toda a crise. O Ceará cresceu quase o dobro do Brasil em 2017. Isso significa mais emprego, mais oportunidade, mais investimentos no nosso Estado”, disse Camilo. No quarto trimestre do ano passado (outubro a dezembro), acrescenta, o crescimento da economia estadual foi de 3,24%, enquanto no País a alta foi de 2,1%.

[SAIBAMAIS] 

O governador também ressaltou que o Ceará foi o estado com maior volume de investimentos, sendo destinados 13,9% da receita corrente líquida. De acordo com ele, a média nacional foi de 5%. O anúncio oficial do PIB do Estado, com o desempenho de todos os setores da economia, será feito hoje às 10 horas, no Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).

Dentre os três setores que compõem o índice, o agropecuário – mesmo levando em consideração que é o que tem menor peso no cálculo do PIB do Estado – apresentou melhor resultado, seguido pela indústria. Mas serviços registrou ligeira queda.
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Para o economista Ricardo Coimbra, mestre em Economia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), as exportações do Ceará, com participação da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), foram determinantes para a consolidação do resultado. Contudo, em 2018, o impacto será menor.

 

“Para esse ano, esperamos uma estabilização, por conta das sobretaxas impostas pelo governo norte-americano contra o aço e alumínio. Isso porque 26% das exportações do Ceará estão vinculadas à CSP”, esclarece. “Estamos voltando ao patamar de 2016. É preciso crescer mais nos próximos anos. Há setores que estão ociosos. O desafio em 2018 é a retomada do crescimento da construção civil”, avalia.

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Complementam as exportações da CSP o reaquecimento do mercado interno das atividades industriais ligadas aos subsetores de alimentos, confecções e setor têxtil. A estimativa é de Guilherme Muchale, economista da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec). “A elevação da confiança do consumidor e do industrial impactaram no mercado interno. No externo, tivemos melhoras com as empresas ligadas à Zona de Processamento de Exportação do Ceará (ZPE Ceará)”, diz.

 

Contudo, com relação ao PIB do setor industrial em 2017, espera-se que gire próximo da estabilidade, o que considera próximo de 0%. “A construção civil tem contribuído para a queda do PIB industrial. Não houve recuperação nítida dos investimentos públicos e habitacionais que estavam em curso em 2015 e até 2016 e foram abandonados pelo Governo Federal”, estima.

 

A perspectiva, porém, é de crescimento do setor industrial em 2018. “É provável que cresça acima da economia cearense, com alta entre 3% a 5% se comparado com 2016. Esperamos chegar a uma variação positiva”, calcula.

 

 

AÇO

 

O PESO DA CSP

O impacto da atividade da CSP, com produtos metalúrgicos, corresponde a mais da metade do que é exportado pelo Ceará. Em 2017, o Estado comercializou US$ 2,10 bilhões para o Exterior, representando crescimento de 62,48% em relação a 2016, quando foi registrado US$ 1,29 bilhão.

 

Dos itens da pauta de exportações, o de produtos metalúrgicos, com valor de US$ 1,07 bilhão, foi responsável por 51,11% do total exportado pelo Estado, impactado pelo volume exportado pela CSP.

 

 

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