Estreitar os laços com o Ceará e disponibilizar recursos para obras de infraestrutura. Esse foi o caráter da visita de Paulo Rabello de Castro, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao Estado. Entre os projetos elencados estão a área aeroportuária, com o hub da Air France-KLM/Gol, a operação da Fraport no Aeroporto de Fortaleza, além de futuros investimentos no Porto do Pecém.
“Conversamos com o governador Camilo (Santana, PT) para saber o que podemos fazer como BNDES. Queremos nos envolver nos investimentos relevantes do Estado, não somente na área portuária, que tem o hub, como também no Porto do Pecém, onde o banco foi fundamental financiador e gostaria de entrar em um futuro próximo”, afirmou ontem ao O POVO, no evento Ideias em Debate da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec).
[SAIBAMAIS]Outro tema abordado na reunião com Camilo foi a questão envolvendo a liberação de recursos do banco para a conclusão da Linha Leste do Metrô de Fortaleza. O montante gira em R$ 1 bilhão.
“O banco está ultimando as tratativas técnicas para aprovar o recurso e dar início aos trabalhos, haja vista que o ‘tatuzão’ está em vias de montagem. A dificuldade era muito grande de viabilizar o empréstimo, que foi interrompido, não por culpa do BNDES ou pelo governo do Ceará, mas por falta da parte relativa ao Governo Federal”, disse.
O recurso federal, advindo do Tesouro Nacional, é da ordem de R$ 673 milhões. “O papel do senador Eunício Oliveira (MDB), presidente do Senado, foi fundamental para a liberação do recurso que complementará a verba do BNDES”, avaliou.
Com relação aos desembolsos do Estado, o presidente do BNDES explica que o objetivo é diversificar o mix, ofertando crédito para micros e pequenas empresas.
“Não torço para que os valores para a infraestrutura caiam. O banco, inclusive, tem participado de diversos empreendimentos, especialmente nos parques eólicos do Ceará. Mas queremos ajudar a parcela dos pequenos”, adiantou. No ano passado, o Estado foi responsável por R$ 2,07 bilhões em desembolsos da instituição no País. O setor de infraestrutura no Estado contratou, em 2017, R$ 1,53 bilhão. No âmbito das energias renováveis, o Ceará registrou em créditos tomados R$ 3,86 bilhões, ficando atrás do Rio Grande do Norte (R$ 6,93 bilhões), Bahia (R$ 5,81 bilhões), e Piauí (R$ 4,38 bilhões).
A estimativa do presidente do BNDES em relação ao potencial de desembolso do Ceará, para os próximos anos, deve superar os R$ 4 bilhões anuais.
Questionado sobre os estudos de concessão ou privatização do sistema de saneamento básico, especialmente para as regiões metropolitanas de Fortaleza e Cariri, sob responsabilidade da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), Rabello informou apenas que o BNDES está estudando alternativas, mas que não há nada nenhuma previsão. Conforme O POVO havia adiantado na edição do dia 2 de fevereiro, o prazo de entrega é de 24 meses, mas que a conclusão pode se dar antes do período estabelecido.
REUNIÃO COM CAMILO
Em reunião do governador Camilo Santana (PT) com o presidente do BNDES, Paulo Rabello, houve negociação para que o banco financie investimentos do Estado.