Navio René Descartes, da empresa Angola Cables, atraca no Porto do Pecém às 15 horas de amanhã, trazendo um carregamento de cabos submarinos de fibra óptica. O material pertence ao projeto South Atlantic Cables System (Sacs), que ligará o Brasil à África através das cidades de Fortaleza e de Luanda, capital da Angola.
A instalação do Sacs, primeiro cabo submarino de fibra óptica do Atlântico Sul, começou em agosto de 2017 e, em novembro, 75% do processo já estava concluído.
A previsão de chegada à Capital cearense, na Praia do Futuro, era entre o fim do ano passado e o início deste ano. De acordo com Danilo Serpa, presidente do Cipp S.A, porém, a finalização deverá ocorrer em março.
Previsão é que o navio permaneça no Porto do Pecém até a próxima sexta-feira, 9, segundo Serpa. Ele explica que é o tempo necessário para “nacionalizar o material” e para a troca de tripulantes.
“Durante os cinco dias, será feito o processo de nacionalização de carga, que transfere a mercadoria da economia estrangeira para a economia nacional, a admissão temporária da embarcação, ou seja, o navio recebe autorização para prestar serviço na costa brasileira”, resume o coordenador de operações do Porto do Pecém, José Alcântara.
O Porto do Pecém será a única parada do navio no território brasileiro. No total, serão 24,9 quilômetros (km) de cabos de fibra ópticas submarinos, pesando mais de 118 toneladas. O investimento da Angola Cables no Ceará foi de R$ 300 milhões e a expectativa é que o projeto gere cerca e 40 empregos diretos e 800 indiretos até 2030.
Serpa comemora a concretização do projeto. De acordo com ele, o Estado conseguiu completar uma “trinca de hubs: aéreo, de cargas e tecnológico”, o que torna o Ceará uma porta de entrada e de saída de voos, cargas e tecnologia do Brasil.
O objetivo do projeto da Angola Cables é criar rotas alternativas para as telecomunicações, principalmente entre a África e a América, o que impactará na redução de custos, no aumento da velocidade da transmissão de dados e na melhoria da qualidade do acesso à informação.Isso também gerará a disponibilização de maior capacidade de tráfego, com maior número de usuários da internet.
A Angola Cables, multinacional angolana de telecomunicações, é a companhia responsável pela instalação e operação do cabo submarino e a NEC Corporation é a empresa japonesa responsável pela construção. Os cabos ficarão a mais de cinco mil metros de profundidade e irão cobrir uma extensão de 6200 quilômetros. A expectativa é que a transmissão de dados entre continentes aconteça num piscar de olhos.