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Assinatura entre Portos do Pecém e Roterdã é adiada para maio
Economia

Assinatura entre Portos do Pecém e Roterdã é adiada para maio

O acordo era para ter sido fechado em dezembro de 2017 e já havia mudado para fevereiro deste ano
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A parceria entre o Porto do Pecém e o Porto de Roterdã (Holanda), o maior da Europa e um dos cinco maiores do mundo, foi adiada pela segunda vez. Marcada inicialmente para o fim do ano passado e depois para fevereiro, a assinatura ficou para maio. O atraso, porém, não é sinal de desistência ou de complicações jurídicas, mas resultado de uma negociação “complexa”, segundo César Ribeiro, titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE).

 

“É uma negociação complexa, que envolve uma série de situações, envolve uma avaliação técnica que está pendente e precisa ser concluída, com laudos mais técnicos que vão ser entregues entre fevereiro e março. Nós não trabalhamos com uma data além de maio”, explica César.

[SAIBAMAIS] 

Embora ele defenda que “não é um adiamento do cronograma, porque nunca teve uma data certa para terminar”, havia uma expectativa dentro do Governo do Estado de finalizar as tratativas ainda no ano passado. ““A gente não se preocupa se vão ser dois meses a mais ou dois meses a menos; a gente quer que (o acordo) fique da melhor maneira possível”, diz o secretário.

O novo cronograma foi definido após três dias de reuniões, entre segunda e quarta-feira, 21, contando com a presença do diretor internacional do Porto de Roterdã, René Van de Plas, e o governador do Estado, Camilo Santana (PT).

De acordo com Danilo Serpa, presidente do Complexo Industrial e Portuário do Pecém S.A. (Cipp S.A), foi definida uma reunião técnica em março e uma “de finalização” em abril, “para até o final de maio o governador assinar a sociedade”.

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O percentual de participação de Roterdã na gestão do Cipp ainda não está definido, segundo Serpa. “Tem o percentual mínimo (estabelecido), que é de 10%, mas, até abril, quando se concluírem todos os estudos, eles (Porto de Roterdã) vão fazer a proposta de um percentual”, afirma.

 

O governador já alegou em outras ocasiões, porém, que o Estado não pretende perder o controle acionário do Porto do Pecém e que as negociações estão sendo feitas levando isso em conta.

Não há, segundo ambos, nenhum tipo de impasse ou sinal de desinteresse por parte dos holandeses. “Está tudo caminhando muitíssimo bem e novamente na reunião com o governador eles reforçaram a vontade da parceria”, garantiu César.

O principal objetivo do acordo é tornar o Porto do Pecém um dos principais portões de entrada e de saída de produtos no Nordeste, dobrando sua atual capacidade de cargas, que varia de 12 a 14 milhões de toneladas, em dez anos. Para além de ajuda na gestão do Cipp, um dos benefícios do Estado com a parceria seriam a atração de investimentos e ageração de emprego e de renda.

 

Até novembro do ano passado, o Porto do Pecém cresceu 45% em movimentação de cargas e 72% na receita, se comparado a igual período de 2016.

 

ENTENDA

 

HISTÓRICO DAS NEGOCIAÇÕES

 

22 DE MARÇO DE 2017

O governador Camilo Santana (PT) assinou o memorando de entendimento entre a Cearáportos (hoje Cipp S.A) e a Port of Rotterdam, gestora do porto de Roterdã (Holanda), dando o primeiro passo para o início de estudos que vão resultar na parceria da gestão do Complexo Industrial e Portuário do Pecém.

13 DE SETEMBRO DE 2017

O CEO do Porto de Roterdã, Allard Castelein, visita pela primeira vez o Porto do Pecém, ao lado de Camilo.

NOVA MODELAGEM

Parceria entre o Cipp S.A e o Porto de Roterdã não incluirá venda ativos. Os holandeses devem pagar entre 10% e 20% da receita futura do Cipp e ganham retorno do investimento na operação do complexo, por 25 anos. Governo do Estado afirma que vai manter o controle majoritário na administração do Complexo.

 

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