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Angola Cables vai instalar mini Data Center no Pecém
Economia

Angola Cables vai instalar mini Data Center no Pecém

Ontem chegou a Fortaleza o cabo South Atlantic Cable System (Sacs), que será o primeiro a interligar, com fibra óptica, o Brasil ao continente africano
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A Angola Cables, que está implantando dois cabos submarinos e um Data Center em Fortaleza – investimentos na ordem de R$ 300 milhões, pretende instalar também uma base no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp). Ontem, durante solenidade da chegada a Fortaleza do cabo South Atlantic Cable System (Sacs), que será o primeiro a interligar com fibra óptica o Brasil à África, foi assinado um memorando de entendimento com o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), para viabilizar o empreendimento.


Ainda não há valores ou mesmo projeto fechado, mas a ideia é conectar o Data Center da Praia do Futuro, que deve começar a operar em julho, junto com o cabo SACS, a um segundo Data Center, de pequeno porte, para atender às empresas instaladas no Cipp e atrair novos negócios.

[SAIBAMAIS]

“Queremos fazer do Porto do Pecém um grande centro de conexões marítimo e de negócios. E trazer este cabo até o porto significa trazer tecnologia, dar acesso à informação e infraestrutura para que o Complexo possa crescer e se desenvolver”, afirmou o governador.


O Sacs chegou a Fortaleza sete meses depois de ter sido lançado ao mar em Luanda (Angola). São mais de 6 mil km de cabo que vão interligar o País ao continente africano com internet de alta velocidade. A capacidade de transmissão de dados é de mais de 40 terabytes por segundo.


Segundo o CEO da Angola Cables, Antonio Nunes, pelo menos cinco grandes operadoras de telefonia, locais e de fora, já contrataram os serviços para transmissão de dados.

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Ele explicou que como o Ceará já tem internet, os ganhos virão, sobretudo, pela possibilidade de expansão da conectividade e novos negócios. “O valor que isso tem é que estaremos a preparar o futuro do mundo, que é digital. É um processo que não tem volta”.


No caso do Data Center da Praia do Futuro, quase a totalidade da capacidade de operações na primeira fase já está comercializada. As duas etapas seguintes serão tocadas a partir da consolidação da primeira, conforme informou o presidente da empresa no Brasil, Rafael Pistono.


Dentre os interessados no espaço estão principalmente operadoras de telefonia e de tecnologia da informação. Mas há grande potencial para redes científicas e startups. “A gente já tem muito forte no Brasil a produção de conteúdos. Com este Data Center, você passa a ter um acesso maior e rotas alternativas de telecomunicações”, acrescentou.


O vice–prefeito de Fortaleza, Moroni Torgan (DEM), afirmou que os investimentos marcam uma nova etapa para a Cidade. “Vamos ter ligação não só com a África, mas, posteriormente, com a Ásia e a Europa. Além da possibilidade de atração de novos negócios de tecnologia”.

 

PARA O ESTADO


O QUE OS CABOS SIGNIFICAM


> O cabo South Atlantic Cable System (SACS) interligará com fibra óptica o Brasil à África. A previsão para as operações é até julho. Pelo menos cinco empresas já fecharam contrato para usar o serviço.


> O projeto da Angola Cables inclui o cabo Monet, em operação desde dezembro de 2017 interligando o Brasil aos Estados Unidos, e um Data Center de quase nove mil m², que está sendo construído na Praia do Futuro. Os investimentos chegam a R$ 300 milhões.


> O cabo reduz em quase seis vezes o tempo atual para que o continente africano tenha acesso aos conteúdos produzidos nas Américas. Será possível enviar um vídeo de Fortaleza para Angola em 60 milissegundos. Um piscar de olhos leva, em média, entre 300 a 400 milissegundos.


> O Ceará e outros estados poderão importar ou exportar produtos digitais para Ásia e Europa com mais agilidade.


> A internet que passará pelos cabos será vendida no atacado. Não chega direto ao consumidor final. Mas abre caminho para que outras empresas se instalem no Estado e possam oferecer este serviço.


> Mercados que podem se beneficiar do SACS e Data Center: telecomunicações, mídia, propaganda, jogos online, corretoras de valores, bancos, serviços em nuvem.


> Estudo da Angola Cables estima que os empreendimentos podem gerar para o Estado um aumento R$ 1,2 bilhão no PIB até 2055.


> A empresa deve gerar em torno de 50 empregos diretos e 600 indiretos


> O Governo fez parceria para que o Cinturão Digital, que leva fibra óptica ao Interior, utilize o cabo para exportar conteúdo. Ou seja, as empresas que usam o serviço também podem ser beneficiadas.


> Com a criação de uma base no Complexo Industrial do Pecém haverá atratividade para o equipamento e para transmissão de dados.

 

SERVIÇO CONTRA-TADO

Pelo menos cinco grandes operadoras de telefonia, locais e de fora, já contrataram os serviços do cabo para transmissão de dados

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