As vendas de veículos subiram 9,8% de janeiro a novembro de 2017 ante igual período de 2016. Nos últimos 11 meses, o número de licenciamentos chegou a 2,03 milhões, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). A alta foi maior na aquisição de veículos nacionais, que superam as vendas de 2016, indicando recuperação no setor.

Presidente da Anfavea, Antonio Megale afirma que a expectativa é que o crescimento seja ainda maior em 2018, especialmente se a Reforma da Previdência for aprovada. Segundo ele, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que modifica as regras de aposentadoria traria mais segurança para o investidor dentro de um país com instabilidade política. No início do ano, a Associação teve cautela e indicou previsões de avanços de 4% nas vendas.

Oficialmente, a nova expectativa é de 7,3% neste ano, mas Megale admite que pode chegar a 9%.

Pela primeira vez desde 2014, a produção de veículos cresceu, atingindo 27% de aumento nos primeiros 11 meses de 2017 em comparação ao período equivalente em 2016. De janeiro a novembro, foram produzidos 2,48 milhões de veículos. No período idêntico, no ano passado, foram 1,95 milhão.

Na comparação do mês de novembro 2016 e 2017, houve 15% a mais de unidades produzidas. Atualmente o estoque de veículos nas fábricas e concessionários é de 232 mil unidades, que corresponde a 34 dias de vendas no mercado interno. “O ideal seriam 30 dias”, comenta Megale.

Desde 2014, a tendência do setor estava sendo de queda de produção, vendas e maior número de demissões e programas de afastamento de funcionários. Estes são os primeiros resultados que saem do padrão em termos de acumulado do ano.

Produção nacional

A Anfavea divulgou que somente em novembro foram exportados 73 mil veículos. Recorde histórico para o setor. De janeiro a novembro deste ano foram exportados 700 mil veículos, o referente a US$ 14 bilhões. Houve alta de 53% em unidades vendidas ante igual período de 2016.

O maior mercado para os produtos brasileiros é a Argentina, seguida pelo Chile, Peru e Rússia. “Vendemos caminhões para Rússia. Nossa produção está chegando a mercados mais distantes”, avalia Megale.

O dirigente destaca que os resultados de 2018 devem ser ainda melhores por causa de acordo de comércio em negociação com a Colômbia.