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Com capacidade máxima, CSP deve crescer 20% e sair do 'vermelho'
Economia

Com capacidade máxima, CSP deve crescer 20% e sair do 'vermelho'

Até o fim deste ano, a Companhia Siderúrgica do Pecém, inaugurada há dois anos e meio, projeta chegar à marca de 3 milhões de toneladas de placas de aço exportadas. Até novembro, o volume foi de 2,9 milhões
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Um ano e meio depois do início das operações, com investimento inicial de US$ 5,4 bilhões, a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) começa a sair do vermelho. A informação é do CEO da companhia, Eduardo Parente, que projeta para 2018 crescimento em torno de 20%. Até o fim de 2017, projeta alcançar a produção e exportação de 3 milhões de toneladas de placas de aço.


“Nós tivemos números muito vermelhos nos três primeiros trimestres.

Agora, vamos ter um azulzinho no último trimestre, o que ainda não é suficiente para ter lucro. Mas a gente espera que, em 2018, nosso segundo ano de operação cheia, passe a ser azul”, afirma. Parente lembra que, em um empreendimento do porte da CSP, esse resultado só costuma chegar depois de três ou quatro anos de operação.

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Enquanto mais de 78 unidades paralisaram as atividades entre os anos de 2016 e 2017 e as que estão em atividade usam apenas 63% da sua capacidade instalada por falta de clientes, a siderúrgica cearense – que tinha uma expectativa inicial de fechar o ano com 2,7 milhões de placas exportadas - atingiu a marca de 2,9 milhões em novembro. “E não foi por falta de cliente. O que a gente produz, vende”.


Dentre os fatores que contribuíram para este cenário, mesmo quando os preços da commodity alcançaram sua pior marca na história, está o fato de a siderúrgica ter como foco o mercado externo, diz Parente. Também pesaram o investimento em alta tecnologia e o aperfeiçoamento constante da operação para redução de custos.


“O desafio é esse. A partir do momento que a gente está conseguindo fazer, tendo segurança na operação, a gente foi trocando, piorando a qualidade do que a gente recebe de matéria-prima, e produzindo a placa com a mesma qualidade”, destaca o CEO.

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Por conta da CSP, grandes empresas, como a Magnesita, White Martins e Fênix, se instalaram no Estado. Porém, Parente diz que ainda não foi procurado por nenhuma da área de laminação, o que significaria o sonho mais próximo da verticalização. E nem acredita que há cenário para isso, em razão do alto custo e dos riscos que o tipo de operação envolve.


“A laminação não é óbvia. Apostaria minhas fichas muito mais na expansão da CSP do que na laminação. Duplicar é mais barato que fazer a primeira vez”, diz.


Mesmo com os indicadores positivos e – de ter 500 hectares de área destinados previamente destinado para expansão –, a empresa, no entanto, não pensa nisso para agora. “É uma conversa para gente iniciar em 2019”.


Foco


Para 2018, o foco da companhia é continuar aperfeiçoando o desenvolvimento da operação, na revisão de contratos de fornecedores e na consolidação de um sistema de contratos regulares. Hoje, a produção é destinada para cerca de 30 empresas, em 19 países, mas ainda sem contratos longos. “A gente quer dar uma reduzida (de clientes). Fazer o mesmo volume, mas para menos clientes”.


Também há perspectiva de melhora dos preços no mercado do aço.

“O mercado está voltando ao normal. Não é um resultado espetacular, mas não se está mais naquela depressão louca que se estava até o meio deste ano”, considera Eduardo Parente.

 

Saiba mais


A CSP produziu 231.382 toneladas de placas de aço (94.981 placas) em novembro de 2017. Nas exportações, embarcou 230.004 toneladas de placas de aço no mês, chegando a 2.984.343 toneladas de exportadas desde o início de seu comissionamento.

 

A empresa já exporta para 18 países: Alemanha, Argentina, Áustria, Canadá, China, Coreia do Sul, EUA, Hungria, Indonésia, Itália, Marrocos, México, Reino Unido, República Tcheca, Romênia, Tailândia, Taiwan e Turquia. Também destina placas para o Brasil.

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