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Botijão de gás terá nova regra de reajustes
Economia

Botijão de gás terá nova regra de reajustes

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Na contramão da queda dos preços dos alimentos, a Petrobras anunciou o oitavo reajuste do preço do botijão de gás em 2017, e decidiu rever a política de preços para o combustível, que já enfrenta quase 70% de elevação nos preços, no acumulado desde junho deste ano. A estatal alega que a metodologia atual traz para o Brasil a volatilidade do mercado europeu e que o objetivo agora é suavizar os impactos do modelo de acompanhamento dos preços internacionais.


Em junho, a petroleira decidiu adotar uma política de reajustes mais frequentes para o gás de cozinha, o que fez o preço do botijão de gás de 13 quilos, o mais utilizado, disparar e contabilizar uma alta de 68%. Para o consumidor, no entanto, o ajuste foi um pouco menor, explica o economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV) André Braz.

“O impacto para o consumidor é menor, mas não deixa de ser relevante. O botijão de gás representa 1% da renda familiar, e os ajustes da Petrobras já correspondem a quatro vezes a inflação”.


De janeiro a junho de 2017, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) Brasil da FGV mediu inflação de 12,2% para o botijão de gás de 13 quilos, um impacto forte na renda das famílias em tempos de inflação no patamar de 3%. Para o economista, a mudança de metodologia não deve ter por objetivo reduzir esse efeito, mas sim evitar os sucessivos ajustes, concentrando-os em alterações mensais, por exemplo.


Após inúmeros aumentos no governo Fernando Henrique Cardoso, o preço do botijão de gás de 13 quilos ficou praticamente congelado durante os governos Lula e Dilma, com registro de apenas um aumento, em 2015, o que ajudou a controlar a inflação. Para o professor da PUC-RJ Alfredo Renault, o controle da inflação não parece ser o objetivo da Petrobras ao anunciar que vai alterar a metodologia de ajuste do botijão de gás residencial.


“O caminho da manutenção de preços dos derivados (de petróleo) alinhados com o preço internacional é fundamental para atrair o setor privado para a área de refino no Brasil. Não acredito que vão mudar”, diz.


A Petrobras não informou qual será a nova metodologia, mas disse que a mudança se limita ao botijão de 13 quilos. A empresa explicou que o mercado de referência utilizado para reajustar especificamente esse produto, a Europa, tem mostrado muita volatilidade nos preços, agravado pelo inverno da região. “Desta forma, a correção aplicada esta semana foi a última realizada com base na regra vigente”, disse a estatal, em nota. (Com Agência Estado)

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