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Reforma da previdência pode ficar para 2018, afirma Maia
Economia

Reforma da previdência pode ficar para 2018, afirma Maia

Presidente da Câmara dos Deputados acredita que será difícil concluir neste ano as duas votações necessárias à mudança na lei. A declaração de Rodrigo Maia, feita ontem, foi recebida com desconfiança pelo Palácio do Planalto
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Enquanto o governo trabalha para conseguir aprovar a reforma da Previdência em dois turnos ainda este ano, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), jogou ontem um balde de água fria nessas pretensões e indicou que a votação pode ficar pela metade. Segundo ele, “é difícil” concluir as duas votações em 2017, com 308 votos em cada uma. A declaração provocou reação imediata do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que disse ser “viável” a votação da proposta no dia 6 de dezembro, data indicada pelo próprio Maia em ocasiões anteriores.


A avaliação do presidente da Câmara é de que há pouco tempo até o fim do ano legislativo, que termina em 22 de dezembro, mas, na prática, começa antes. “O ideal seria votar a reforma da Previdência em fevereiro, mas tem o carnaval no meio”, disse Maia, em São Paulo.


A declaração foi recebida com desconfiança pelo Planalto. Tanto que Maia, assim que retornou da capital paulista, foi chamado ao Palácio do Planalto para uma conversa com o presidente Michel Temer.


A mudança de postura ampliou incertezas, já que lideranças políticas veem pouca chance de aprovação para uma matéria polêmica em 2018, que é um ano de eleição. O próprio relator da reforma, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), disse na semana passada achar “muito difícil” viabilizar a aprovação depois de 15 de dezembro.


“Que o Meirelles me traga os 308 votos, que eu aprovo a proposta dele”, afirmou Maia, em evento da revista Veja. Na réplica, Meirelles evitou polemizar: “Ele tem toda a razão, são necessários 308 votos”, observou o ministro.


Nota técnica do Ministério do Planejamento divulgada nesta segunda mostra que, sem a reforma, o crescimento do País no próximo ano pode ficar 2,2 pontos porcentuais menor, caindo da projeção de 2,5% para 0,3%.


“Projeto de Estado”

O ministro das Cidades, Alexandre Baldy (sem partido-GO), que assumiu a pasta há menos de uma semana, reforçou ontem o discurso do governo para pressionar o Congresso a aprovar a reforma da Previdência. “É um projeto que não é de governo, é de Estado”, disse, em entrevista à rádio CBN. Baldy não garantiu que sua nomeação possa assegurar votos favoráveis à reforma.

 

“Um buraco cresce a cada ano e consome grande parte dos ministérios. O consumo da Previdência é muito maior do que qualquer investimento hoje por parte do governo e dos ministérios”, afirmou o ministro.

Agência Estado

 

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