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Mesmo impactado pelo quadro recessivo que atinge todo o Brasil há pelo menos dois anos, a atividade econômica do Ceará vem dando sinais de recuperação. O Índice de Atividade Econômica Regional do Ceará (IBCR-CE) dessazonalizado (ajustado para o período, sem contar os feriados, por exemplo) avançou 0,62% em setembro deste ano, se comparado a igual período de 2016, conforme dados divulgados ontem pelo Banco Central (BC).

O IBCR se trata de uma prévia do resultado oficial do Produto Interno Bruto (PIB) que auxilia o BC a tomar decisões quanto à taxa básica de juros, a Selic, agregando informações sobre o nível de atividade na indústria, agropecuária, comércio e serviço. Além do volume de impostos.

Na comparação do terceiro trimestre deste ano, com igual período de 2016, houve crescimento de 5,67% no dado observado (bruto). Por outro lado, o IBCR-CE dessazonalizado recuou 0,47% no terceiro trimestre (julho a setembro) de 2017, se comparado ao trimestre imediatamente anterior (de abril a junho).

Em relação a agosto de 2017, o último mês de setembro também registrou recuo de 0,87%. Por fim, o Ceará amargou, no acumulado do ano, índice negativo de 0,14%, além de retração de 1% nos últimos 12 meses.

Reversão positiva

Apesar de boa parte dos números virem precedidos pelo sinal negativo, o crescimento da economia cearense se mostra estável. E indica que os números são menos negativos do que antes. “A gente já pode ter a certeza de que, nos próximos três meses, o (desempenho econômico do) Ceará vai passar de negativo para positivo”, projeta o economista e membro do Conselho Federal de Economia (Cofecon), Henrique Marinho.

 

Ele acrescenta que os setores de comércio e de serviços puxam o bom resultado, tendo em vista que, de outubro a dezembro, são tradicionalmente mais aquecidos pelo maior consumo nas datas comemorativas, como Dia da Criança e Natal. “Finalmente a atividade econômica mostra caminho da revirada. A expectativa é que o PIB do Ceará feche este ano próximo a 1%”, estima.

De acordo com o coordenador de Contas Regionais do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), Nicolino Trompieri Neto, o baixo nível da inflação somada à queda na taxa de juros Selic favorecem um aumento da confiança na economia tanto por parte das famílias quanto das empresas. “O crédito mais barato e a atual queda no nível de endividamento das famílias aumentarão o consumo no quarto trimestre de 2017, convergindo para uma taxa de crescimento positiva do PIB”, avalia, traçando uma repetição de tendência para todo o Brasil, que apresentou alta de 0,58% no terceiro trimestre, quando comparado ao segundo trimestre.

Lígia Costa