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Operadoras somam R$ 77,7 bi em prejuízos
Economia

Operadoras somam R$ 77,7 bi em prejuízos

Nos últimos três anos, as operadoras de plano de saúde acumularam R$ 77,7 bilhões em prejuízos, causados principalmente por fraudes no sistema
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Isabel Filgueiras

CORRESPONDENTE EM SÃO PAULO

isabelfilgueiras@opovo.com.br

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Somente nos últimos três anos, os prejuízos com fraudes e desperdícios dos planos de saúde atingem R$ 77,7 bilhões, segundo o Instituto de Estudos em Saúde Suplementar (IESS). O montante equivale a 19% do que as operadoras costumam empregar na assistência dos usuários. Diante da cifra, a terceira edição do Fórum da Saúde Suplementar debateu ontem, em São Paulo, medidas para combater fraudes.


O evento da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) tem a intenção de debater soluções viáveis para o setor nos próximos dois anos. Embora as empresas tenham investido em tecnologias, como o uso de impressões digitais em consultas, o rombo em fraudes e mau uso de recursos tem aumentado desde 2015, quando foi de R$ 22,8 bilhões. No ano seguinte, a perda foi de R$ 26 bilhões, ainda conforme dados do IESS. Para 2017, a previsão é que a quantia feche em R$ 28 bilhões.


“Se não existir um investimento drástico de todos nós para trazer luz a esse assunto, nós estamos caminhando para uma situação de insustentabilidade do setor, público e privado”, afirmou o presidente da Amil, Sérgio Ricardo Santos.


Ele contou ainda que, na empresa, foi aberto um setor somente para a detecção de fraudes. Também foi criada uma linha de denúncia de irregularidades. “Recebemos, de janeiro até agora, 1810 denúncias vindas de todos esses stakeholdes envolvidos nesse processo e interessados em trazer clareza a essa situação”.


Para o presidente do Conselho de Diretores da Associação Norte-Americana de Combate à Fraude na Saúde (NHCAA), Rick Munson, dos Estados Unidos, é preciso haver um pilar que se sustente. Em seu país, as operadoras se uniram e chegaram a contratar serviços de investigação particular para desvendar fraudes. Ele afirmou ainda que a parceria entre o poder público e o privado é essencial para maximizar recursos de combate a esse tipo de crime.


De acordo com a FenaSaúde, atualmente o setor de saúde suplementar representa 2,6% do PIB brasileiro, com cerca de 70 milhões de usuários em todo o País. “Ano passado, mesmo com a saída de um milhão e meio de beneficiários, realizamos um bilhão e quatrocentos milhões de procedimentos. Todos esses atendimentos representaram R$137 bilhões em despesas na assistência médica e odontológica”, disse a presidente da Federação Solange Beatriz.


Desde 2014, os planos já perderam três milhões de clientes, metade deles somente no ano passado. As operadoras e a federação atribuem debandada ao desemprego que tem aumentado no país. Ainda assim, os preços sofreram ajustes acima do valor da inflação.

 

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