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Lojistas comemoram aprovação da lei; Sindicato é contra
Economia

Lojistas comemoram aprovação da lei; Sindicato é contra

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O presidente da Câmara de Dirigentes Lojista de Fortaleza (CDL), Severino Ramalho, diz que a aprovação ontem da lei que amplia a horário de funcionamento do comércio de Fortaleza é positiva para a economia local. Ele destaca que, mais que uma reivindicação do varejo, a permissão para a mudança era uma necessidade.


A nova lei facultará ao lojista de rua que os estabelecimentos abram de segunda à sexta-feira, de 8 às 19 horas, e, aos sábados, de 8 às 16 horas. Pelo texto, os shopping centers terão mais 4 horas por dia, funcionando de 8 às 24 horas, de segunda a domingo.


O setor espera a sanção da lei pelo prefeito Roberto Cláudio, que deverá ocorrer até o início de novembro, para que já possa usufruir da mudança visando às vendas de fim de ano. O presidente do Sindicato dos Comerciários de Fortaleza, Francisco Gonçalves Monteiro, é contra a matéria e diz que a categoria vai recorrer à Justiça contra a aprovação da lei.


Para Severino Neto, Fortaleza é uma metrópole cada vez mais inclusa no cenário mundial, com projetos como a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) e o hub da Air France-KLM/Gol. “Com essa mudança, Fortaleza começa a ficar moderna, e isso vai se refletir na geração de emprego e renda e na melhoria da economia em geral”, afirma, ressaltando que os novos horários trazem mais oportunidades para os trabalhadores.


Ele observa que a lei não obriga, mas faculta ao lojista a mudança nos horários de funcionamento de seus estabelecimentos, algo que deverá ocorrer de acordo com a demanda. “Vimos isso ocorrer com os supermercados, que antes não funcionavam aos domingos e hoje têm no dia o segundo melhor faturamento da semana.


Crítica

Francisco Gonçalves Monteiro tem uma posição contrária. Afirma que a Capital cearense é uma das cidades mais violentas do País e não conta com segurança, nem transporte público para atender a essa demanda.

 

“Essa medida coloca em risco a vida dos pais de família. Nós vamos responsabilizar o prefeito pelo que vier a acontecer”, afirma, considerando que a lei “é um golpe contra a categoria que tem mais de 150 mil comerciários”. Ele ainda discorda que o novo horário possa gerar mais empregos na Cidade.


Gonçalves observa que, atualmente, as lojas do Centro fecham às 17 horas por conta dos assaltos. “Não temos segurança no Centro nem nas proximidades dos shopping”, reforça, lamentando que a lei tenha sido aprovada sem ouvir os trabalhadores.


A mensagem do prefeito Roberto Cláudio, enviada à Câmara, destaca que em Fortaleza, nos últimos dois anos, houve uma redução no número de novos postos de trabalho, com perda de 41.236 vagas no período que compreende 2015-2016.


“O presente pleito deve contribuir para a geração de novos postos de trabalho e impulsionar a economia do Município para uma retomada do crescimento econômico. A possibilidade de aumentar o horário de funcionamento dos estabelecimentos comerciais em áreas voltadas ao desenvolvimento da economia e em especial do turismo torna-se um mecanismo importante para reversão desse quadro”, afirma na mensagem.

 

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