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Beto desiste de sair e nega candidatura
Economia

Beto desiste de sair e nega candidatura

Anúncio do recuo do presidente da entidade veio ontem, após reunião a portas fechadas da Diretoria. Beto diz que temeu por crise na imagem dele e da instituição. Vice disse que Beto foi "grandioso" ao recuar
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A saída do empresário Beto Studart da Presidência da Federação das Indústrias do Estado (Fiec) não prosperou. Após atuar para antecipar o fim do mandato em dois anos, ele anunciou ontem que segue como está. Beto negou também que vá se candidatar a senador ou vice-governador no próximo ano. Agora o plano é lançar Ricardo Cavalcante, diretor administrativo da Federação, na eleição de 2019.


Foi o epílogo de uma semana marcada por discussões, especulações e enfrentamentos em reuniões com o 1º vice-presidente Alexandre Pereira, também secretário do Turismo de Fortaleza. O plano de Beto seguia conforme o planejado. Teve o sim da Diretoria Plena para reduzir o mandato e declarava ter o apoio de 35 dos 40 sindicatos para a eleição de Ricardo.


À frente da Fiec desde setembro de 2014, Beto afirmou que o recuo na decisão de abreviar o próprio mandato para dezembro de 2017, em vez de 2019, foi motivado pelo temor de que o impasse surgido da resistência de Alexandre causasse danos à sua imagem e a da Fiec. A intenção de Beto de antecipar a saída da Presidência foi revelada com exclusividade pelo jornalista Fábio Campos, na edição de domingo do O POVO.

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Após a aprovação da Diretoria, na terça-feira, a alteração do estatuto, com o encurtamento do mandato, ainda precisava do aval do Conselho Representativo da Fiec, cuja reunião deveria acontecer na próxima semana. A validação do mandato menor e a convocação de novas eleições foram definidas por Alexandre como golpe. Por ser o 1º vice-presidente, caberia a ele o lugar de presidente, no caso da saída de Beto.


De acordo com Beto, não foi possível concretizar seu “desejo” sobretudo porque amigos - uma “maioria total absoluta” - pediram sua permanência no cargo. E ainda porque a discussão tomou proporções maiores do que deveria. “Não estava querendo sair não. Na realidade, tinha convicção que o mandato de três anos era suficiente, porque instituições de classe precisam reciclar seus valores, oxigenar o entusiasmo”.


Ao Blog Jocélio Leal, disse temer que o impasse “jogasse na lama” seu nome e o da Fiec. “Senti que uma discussão, que era eminentemente interna, foi levada para a imprensa e de forma amiudada. Foi criada uma situação que maculava a imagem da Federação”.


Alexandre disse estar “satisfeito” com a decisão do presidente. “Beto foi grandioso ao recuar. Foi uma vitória da ética e do bom exemplo de cumprir o estatuto. Até porque temos responsabilidade com a Fiec, com toda a sociedade e combatemos conchavos, falta de transparência, casuísmos na calada da noite”.


Candidatura em 2018

Quanto a uma possível candidatura no ano que vem, Beto voltou a negar. “Não vou me candidatar a nada porque não quero usar isso aqui como trampolim político. Sou político mas da boa vizinhança, da aproximação com as instituições de classe e com o Governo para que ele tenha entendimento da nossa economia, que é a indústria”.

 

Para Beto, o novo momento é propício para que Alexandre volte a se aproximar da Fiec. “Agora é hora de tentar botar o Alexandre para trabalhar e se dedicar mais pela Fiec porque ele está muito ausente”, alfinetou. Alexandre, por sua vez, rebateu e negou ausência. “Eu deixei o presidente muito à vontade pra fazer o mandato dele. Ele não me deu um respaldo nem determinou funções para ajudá-lo. Mas vou estar mais presente”. “Estamos felizes porque vamos virar essa página. E se, por acaso, o Beto decidir sair do projeto, não tem problema, eu assumo”, declarou.

 

Entenda

 

No domingo, 1º, o colunista Fábio Campos publicou no O POVO decisão de Beto de sair da Presidência da Fiec. No dia seguinte, Beto confirmou que sua saída era estudada. Ele negou possível disputa a um cargo eletivo.


Beto pretendia alterar o estatuto da Fiec, reduzindo o mandato de presidente de cinco para três anos. Logo, seria possível colocar como sucessor o diretor administrativo da Fiec, Ricardo Cavalcante, nome de sua preferência. Isso impediria posse de Alexandre, que naturalmente o sucederia, conforme estatuto. Na quarta-feira Beto confirmou novas eleições.


Alexandre Pereira disse que estavam “rasgando o estatuto”. Iria atrás dos seus direitos na Justiça.


O grupo político de Beto ofereceu Vice-Presidência, representação na Confederação Nacional da Indústria (CNI) e duas diretorias para Alexandre desistir da resistência.


Ontem, Beto pôs fim à celeuma e voltou atrás. Vai concluir o mandato até 2019.

 
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