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Fortalezense não sente queda do preço
Economia

Fortalezense não sente queda do preço

A cesta básica de Fortaleza em julho registrou deflação (-1,91%). Dos 12 produtos da cesta básica de Fortaleza apenas três tiveram alta de preço. Apesar dos números, a população não tem percebido a queda de preços
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Fortaleza está entre as capitais onde a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), registrou queda no custo do conjunto de alimentos essenciais em julho. Segundo os dados divulgados ontem, a cesta básica da capital cearense anotou deflação (-1,91%), passando de R$ 408,49% para R$ 400,67. Dos 12 produtos que compõem a cesta apenas três tiveram alta de preço. Apesar dos números positivos da pesquisa, consumidores não têm percebido a queda de preços.

[SAIBAMAIS]

De acordo com a pesquisa, no mês passado apenas os preços do tomate (8,99%), do pão (0,09%) e da manteiga (0,52%) subiram. As quedas mais significativas foram anotadas para a carne, - 7,09%, e o feijão -3,38%. Segundo o supervisor Técnico do Dieese no Ceará, Reginaldo Aguiar, considerando também o tomate, esses são os três itens que mais pesam no valor da cesta básica que continua sendo a mais cara do Nordeste e a sétima de maior valor no País em julho. O levantamento do Dieese mostra que a alimentação básica em julho de 2017 (R$ 400,67) está mais barata do que em janeiro de 2017 (R$ 412,48) e mais barata também do que em igual período do ano passado (R$ 403,38).


Reginaldo Aguiar diz que alguns produtos, entre eles a carne e o feijão, subiram fortemente durante longo período e agora mesmo com as quedas de preços registradas ainda têm custo elevado. O supervisor diz que não existe explicação para que o custo dos alimentos básicos em Fortaleza seja mais alto do que em cidades com estrutura parecida como Recife e Salvador. “Só pode ser distorção de mercado porque essas cidades têm estrutura parecida”, diz. Na opinião dele, o problema é a falta de competição entre os que comercializam os produtos.


O POVO conversou com consumidores em supermercados da Capital e a sensação comum é de que não há percepção de preços menores dos alimentos. O dentista Bernardo Almeida Aguiar diz que semanalmente compra frutas e verduras e não vê recuo de preços. “Acho que está é aumentando”, afirma, ressaltando que no bolso não deu para sentir queda. Essa também é a opinião do analista de sistemas Mário Mamede. “Percebi bastante aumento e nenhuma redução”, conta, acrescentando que semanalmente tem visto os preços dos alimentos subirem. “Há cerca de 20 dias comprei filé mignon de quase R$40, o quilo, e hoje (ontem) estou levando a R$ 42, então não baixou”, comenta, ressaltando que compra sempre quase os mesmos itens e quantidades e sempre paga um pouco mais.


Conforme a pesquisa do Dieese, os preços caíram em 14 localidades e aumentaram em 13. As quedas mais expressivas foram registradas em Recife (-3,26%), Boa Vista (-3,06%), João Pessoa (-2,26%) e Fortaleza (-1,91%). As maiores elevações foram observadas em Belo Horizonte (2,35%), Porto Alegre (2,23%), Salvador (2,02%) e Palmas (1,81%).


Em julho de 2017, o mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas (dois adultos e duas crianças) deveria equivaler a R$ 3.810,36, ou 4,07 vezes o mínimo de R$ 937, conformo o Dieese.

 

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