A Angola Cables, responsável pela instalação dos cabos submarinos Monet e Sacs em Fortaleza, mira expandir as atividades para o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp). A informação foi confirmada por Rafael Pistono, CEO da empresa no Brasil.
“Analisamos como a estrutura da Angola Cables pode ser inserida em todo o complexo, além de estender o braço de operações para a Zona de Processamento de Exportação (ZPE)”, disse após visita ao Cipp ontem. Ele explica não existir um plano definido. “Não há dimensionamento. O atual momento é de conclusão do Monet, do Sacs e do nosso data center. Estamos na pré-venda, estabelecimento de parceiros e analisando os arranjos de mercado”, afirma.
Sobre o uso de qual cabo submarino irá fazer conexão com o Cipp, Rafael explica que toda a estrutura da Angola Cables é interligada. “Você pode operar qualquer ponto da rede, independente do cabo, inclusive com a operação do data center”, reforça. A estrutura de armazenamento de dados, em obras na Praia do Futuro, também seria aproveitada.
“Nosso data center é faseado (quatro fases). Precisamos, no entanto, saber qual é a demanda, as estruturas exatas e como vamos construir isso com o Estado para o Cipp. Precisamos estreitar essas discussões”, reforça. O CEO da Angola Cables adianta uma futura parceira com o Governo para integrar a estrutura da companhia com o Cinturão Digital.
É esperada a assinatura de um memorando de entendimento entre o Estado e multinacional até o final do ano. “Estabelecendo o memorando, receberemos números e informações para assim trabalharmos no projeto que atenda a demanda do Governo e da sociedade”, afirma. Em caso de assinatura ainda em 2017, as obras de interligação teriam início em 2018, mas sem definição de data.
Base operacional
A Angola Cables estaria disposta a inserir uma base de manutenção para os cabos submarinos no Ceará. O projeto entraria no “pacote” de integração com o Cipp. “O que se cogitou da empresa foi fazer a manutenção do Ceará para o restante do mundo. Alguns pontos de manutenção ficam longe. Podem aproveitar os cabos submarinos e o próprio data center”, explica César Ribeiro, titular da Secretaria do Desenvolvimento Econômico do Estado (SDE).
“O ponto de conexão entre o data center e o Cinturão Digital agregaria valor, sendo um trabalho complementar com a Etice. Ganharemos no âmbito da conectividade e da transmissão de dados, inclusive com as empresas que hoje estão no Cipp, além de desenvolver ainda mais a parceria com o Porto de Rotterdam”, ressalta. Outro diferencial da integração com o Cinturão Digital seria a transmissão de dados de forma mais célere para os demais municípios do Estado, não somente concentrada em Fortaleza ou São Gonçalo do Amarante.