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Dólar fecha a R$ 3,27 após redução da percepção de riscos
Economia

Dólar fecha a R$ 3,27 após redução da percepção de riscos

Primeiro dia do julgamento da chapa Dilma-Temer não afetou Bolsa, que fechou em alta de 0,81%. Dólar encerrou sessão em queda
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Tipo Notícia

O dia foi tranquilo no mercado financeiro brasileiro. Apesar do início do julgamento da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), dólar e bolsa não tiveram grande volatilidade. Após testar o nível de R$ 3,30 nos pregões anteriores, o dólar encerrou a sessão da terça-feira em queda. A moeda norte-americana recuou 0,39%, a R$ 3,27 na venda. A bolsa de valores subiu 0,81% com entrada de dinheiro do Exterior. À tarde, uma redução da percepção de risco do País contribuiu para consolidar o viés de baixa, apesar de a cautela com o cenário político ainda predominar nos negócios.


O economista José Maria Porto diz que o mercado ficou em compasso de espera em relação à votação do TSE. Adianta que alguns analistas acreditam no pedido de vistas, o que prolongará a permanência do presidente Temer. “Parece que a lógica do mercado é ‘ruim com ele e pior sem ele’. Mas o quadro de incerteza e volatilidade nos mercados de câmbio e bolsa vai persistir por muito tempo e extremamente dependentes da aprovação das reformas”, analisa.

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O economista Alex Araújo explica que o mercado atuou sem sobressaltos porque já precificou esse evento do TSE e a possibilidade da saída de Temer. “Houve um ajuste de preços na semana passada, com correção do juro e câmbio, e o mercado já está trabalhando com a hipótese de um processo demorado”, diz, ressaltando que para o mercado a surpresa seria se tudo ocorresse rapidamente.


O sócio da SM Consultoria, Gregório Matias, disse que o dia foi tranquilo, apontando para a sobrevivência de Temer e continuidade das reformas. “O mercado fechou sem stress aparentemente acreditando que não haverá mudança”, comentou, considerando que isso explica o ritmo de espera e sem pessimismo.


Apesar da cautela com o cenário político e as incertezas sobre o avanço das reformas, houve espaço para algum um alívio da pressão compradora. Profissionais do mercado, no entanto, afirmam que o dólar segue sem tendência definida, até que se conheça os desfechos para as questões que seguem pendentes e que podem interferir nas reformas.


“O real se valorizou mais que a maioria das moedas de outros países emergentes, mas não podemos falar em uma direção para o câmbio, uma vez que neste momento é difícil olhar para outra questão que não seja o cenário político”, disse o economista da Guide Investimentos, Ignácio Crespo.


Uma aceleração puxada pelos estrangeiros na ponta de compra na segunda etapa do pregão de ontem, fez com que o Ibovespa firmasse a alta e retornasse ao suporte dos 63 mil pontos, em mais um dia de fluxo abaixo da média de maio. No entanto, no fechamento, houve leve recuo da pontuação para 62 954,69 com alta de 0,81%. O giro financeiro ficou em R$ 6,65 bilhões. (com agências)

 

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