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Mercado espera mais cautela do Copom
Economia

Mercado espera mais cautela do Copom

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O tsunami gerado pela delação de Joesley Batista trouxe uma nuvem de incerteza sobre os próximos passos do Comitê de Política Monetária (Copom). Antes da de0lação, crescia a aposta de que Banco Central poderia ser mais agressivo no corte do juro diante da fraqueza da atividade e da inflação bem comportada. O turbilhão político, porém, impõe incertezas e economistas esperam mais cautela do órgão, formado pelo presidente e diretores do BC.


Eventual impacto inflacionário do dólar mais alto e as incertezas sobre o andamento das reformas são citados como os principais motivos para a esperada cautela no BC. A equipe econômica tem agido para evitar distorções no câmbio e insiste que continuará com a agenda de reformas para dar suporte à retomada do crescimento, mas especialistas acreditam que haverá mudanças e a política monetária é um dos itens que terá de ser ajustado no curto prazo.


Ex-diretor do BC e assessor da presidência da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Sergio Werlang avalia que o noticiário sugere cautela. "No curto prazo, há impacto relativamente pequeno (na inflação), porque as políticas continuam em andamento, mas muito possivelmente o BC pode ficar mais conservador", disse. No início da semana, o ex-diretor acreditava que a Selic poderia ser reduzida em 1,25 ponto na reunião do fim do mês. Agora, prevê 1 ponto - mesmo ritmo da decisão anterior.


Marcio Nakane, professor de economia da USP, espera um BC menos ousado. "O livro-texto sugere cautela diante da maior incerteza", disse, ao comentar que "não ficaria surpreso" se o Copom suavizasse o ritmo de queda da Selic.


Mesmo sem dar pistas dos próximos passos do Copom, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, reconheceu anteontem que as incertezas aumentaram. Em evento fechado do banco Santander em São Paulo, defendeu a importância de a política econômica continuar "no caminho correto, a despeito do aumento da incerteza política". (Agência Estado)

 

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