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Crise política traz desconfiança
Economia

Crise política traz desconfiança

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A crise política que desaguou nos últimos dias deixou os setores em alerta. Além de colocar em risco os pequenos avanços obtidos no primeiro trimestre, traz a desconfiança, que retroalimenta a instabilidade econômica.


O assessor econômico da Federação das Indústrias (Fiec), Carlos Manso, diz que após um período de recessão tão intensa como a registrada nos últimos anos é natural que a retomada da atividade econômica se dê de forma lenta, sujeita a oscilações. Mas que os indicadores econômicos já vinham mudando.


“A gente não sabe o nível de desordem que esta instabilidade politica pode causar. Mas de imediato já nos preocupa a questão da quebra da confiança. Isto é extremamente perigoso porque pode levar a uma desorganização do mercado financeiro que leva à fuga de capitais, pode acelerar inflação, frear o ritmo de redução da taxa de juros, o que desestimula a atividade econômica”.


Além disso, a suspensão das reformas trabalhistas e previdenciárias também é o que preocupa o economista Alex Araújo. “Estávamos com expectativa de que este ano o resultado do comércio ainda seria negativo, mas menos que o ano anterior. Mas com esta crise, a velocidade de recuperação da economia deve se dar de forma mais lenta”.


O presidente da Federação da Agricultura do Ceará, Flávio Saboya, diz que a nova crise que se desenha não afeta tanto no curto prazo o setor já que a safra deste ano está plantada, porém, pode prejudicar o planejamento do próximo ano. “O plano agrícola do Governo Federal, que distribui crédito, trata da taxa de juros, costuma sair em junho para julho e a nossa preocupação é que a indefinição política se reflita na liberação desta política”.


No Ceará, a continuidade das obras de transposição do rio São Francisco é outra urgência que pode se perder neste cenário. “Este é nosso maior problema, porque a obra já está com atrasos e com esta indefinição fica ainda pior. Com a seca, toda água de irrigação que usávamos foi transferida para o consumo humano e a nossa esperança era de que se a obra fosse concluída as outorgas voltassem a ser liberadas”. (Irna Cavalcante)

 

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