Luiz Viana
ENVIADO À ISRAEL*luizviana@opovo.com.br
[FOTO1]O ponto alto da programação da missão de cearenses em Israel, liderada pelo Banco do Nordeste e pela Assembleia Legislativa, aconteceu ontem durante a mesa redonda de empreendedorismo e inovação, organizada pela Universidade Ben-Gurion de Negev. Diversos países convidados, com os quais Israel mantém acordos de colaboração voltados para a inovação, apresentaram lições práticas de como desenvolvem políticas de inovação. Dividiram suas experiências centros de inovação e universidades da China, Inglaterra, Holanda, Irlanda, Israel e Brasil.
O presidente do Banco do Nordeste, Marcos Holanda, e o gestor da área de Inovação, Eduardo Gaspar, mostraram o caso do recém criado Hubine, centro de inovação do Nordeste, instalado há 10 meses em Fortaleza, sede do Banco. Marcos Holanda destacou que “este é o primeiro hub de inovação da região e que os planos são abrir outros hubs em capitais nordestinas, num futuro breve”.
A viagem à Israel começou na última sexta e termina hoje com um encontro com estudantes e representantes de startups locais, no Colégio Acadêmico Braude, na cidade de Carmel, na Galileia. A troca de experiências interessa diretamente aos representantes das startups brasileiras que vieram à Israel a convite do BNB: Agrowet, de Minas Gerais, QNQ Neo Indústria e Selletiva, ambas do Ceará.
Startup nation
Os cearenses ficaram surpresos com a visita ao Centro Begins para o Empreendedorismo e Inovação. Um moderno edifício com decoração futurista, ampla vista para a cidade de Telaviv, que concentra dezenas de startups no mesmo ambiente. Esse é apenas um dos muitos centros com essa característica espalhados pelo país. Um modo de entender porque Israel, que tem pouco mais de 8 milhões de habitantes, é a nação que mais investe per capita em inovação. Enquanto a Europa gasta 16 dólares por pessoa em inovação, a China 14 dólares e os Estados Unidos 186 dólares, Israel investe 423 dólares.
O fato é que o investimento privado cresce muito mais do que o dinheiro colocado pelo governo no estimulo a ideias inovadoras. Há mais de 300 centros de pesquisa e desenvolvimento das mais diversas multinacionais, 90 fundos de venture capital, 25 incubadoras, mais de 5 mil startups e 70 aceleradoras de novos negócios no país. Fruto desse movimento, que iniciou há pouco mais de 10 anos, nasceram aqui o aplicativo Waze, o Flash Drive, o ICQ, entre outros.
*O jornalista viajou a convite do BNB