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PIB do Ceará tem a maior queda da história
Economia

PIB do Ceará tem a maior queda da história

Comércio e construção civil foram os segmentos que mais pesaram no resultado. Dados são do Ipece
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O Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará fechou 2016 com um recuo de 5,33%, o pior resultado desde o início da série histórica, em 2002. É também uma queda mais acentuada que a média brasileira que registrou no período -3,6%. Os setores da construção civil e comércio foram os que tiveram maior queda. Os dados divulgados ontem pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece) mostram, no entanto, que a crise já dá sinais de desaceleração.

[SAIBAMAIS]

O resultado de 2016 é ainda pior que o de 2015, quando a retração foi de 3,48%, a primeira baixa depois de 12 anos consecutivos de crescimento. Com isso, em dois anos, a queda acumulada foi de 8,62%. No quarto trimestre do ano passado, o sétimo de queda consecutiva, a economia cearense encolheu -3,98%. No trimestre anterior, o resultado foi de -4,10%.


Em 2016, a crise derrubou o resultado de todos os setores. A agropecuária, em função da seca, foi a que teve o maior recuo, na ordem de 18,03% no quarto trimestre e de - 8,02% no ano. Porém, o maior impacto mesmo veio em serviços que responde por 75,64% da riqueza do Estado. O setor encolheu 4,29% no último trimestre e 5,52% no ano. O comércio, seu principal segmento, acumulou uma perda de 12,26% em 2016.


Fatores como inflação e juros em alta, famílias endividadas, e o aumento do desemprego explicam o resultado, afirma o coordenador de contas regionais do Ipece, Nicolino Trompieri. “Isso sem falar na seca que também acaba refletindo fortemente no consumo”.


Com menos gente comprando e o ambiente de negócios adverso, a indústria cearense sentiu. As perdas no ano chegaram a -6,64%. Na construção civil este percentual chegou a -15,59%, com a desaceleração do setor imobiliário e dos investimentos do Governo em obras de infraestrutura e moradia.


Segmento em alta

Mas nem todos os segmentos industriais terminaram no vermelho. Trompieri explica que o segmento de eletricidade, gás e água (SIUP), por exemplo, teve uma alta de 19,64% em 2016, em função do impulso dos investimentos em energia renováveis.

 

Ele lembra ainda que os números industriais não contabilizam a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) que por ter iniciado a sua operação apenas em agosto do ano passado não foi incluída na metodologia do IBGE e, por conta disso, também excluída da pesquisa do Ipece. “Apesar de não estar contabilizada, ainda assim não seria suficiente para reverter a queda. Mas quando entrar, vai ser um componente muito forte para ajudar na recuperação da indústria”.


Outros sete estados também divulgam análise do PIB trimestral. Dentre eles, o pior índice foi observado no Espírito Santo (-6,9%), seguido da Bahia (-5,5%) e Ceará. Por outro lado, São Paulo foi o que teve menor perda no ano passado (-2,3%).

 

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