O Governo Federal anunciou ontem que vai limitar o uso do crédito rotativo a 30 dias a partir de março. A queda do risco de calote é principal fator que vai reduzir o juro do crédito rotativo do cartão. A explicação é do diretor de regulação do Banco Central, Otávio Damaso. A nova regra anunciada vai forçar a migração dessa dívida para outras operações, como o crédito pessoal, que seriam menos arriscadas. Assim, o BC prevê juros menores.
Damaso explicou que as instituições financeiras se arriscam ao oferecer o crédito rotativo. “A instituição financeira tem que disponibilizar o crédito e, uma vez tomado, não se sabe quando será pago. Isso cria uma incerteza para a instituição financeira”, disse.
Atualmente, o calote atinge 37% das operações de crédito rotativo usadas pelas pessoas físicas e 59% no caso das empresas. Diante dessa elevada inadimplência, bancos fazem provisão média de 50% da carteira para eventual calote. Isso explica juros superiores a 400% ao ano nessa modalidade.
Questionado sobre como o risco relacionado ao cliente poderá cair com a simples troca de operação, o diretor deu poucos detalhes. Damaso explicou que bancos avaliarão “a situação, o histórico e o momento do cliente para buscar uma solução adequada”. (Agência Estado)