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As lições de Medellín para Fortaleza
Economia

As lições de Medellín para Fortaleza

Ex-prefeito de Medellín, na Colômbia, conta como a cidade deixou o posto de mais violenta do mundo
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Lígia Costa

ligiacosta@opovo.com.br


“É a combinação de investimento social e desenvolvimento urbano com, obviamente, autoridade para garantir e melhorar o nível de segurança”. Essa é a fórmula repassada por Aníbal Gavíria para explicar como a cidade colombiana de Medellín, da qual foi prefeito de 2012 a 2015, deixou de ser apontada como a mais violenta do mundo.


Na década de 1990, a cidade tinha quase 7 mil assassinatos por ano. Em 2015, esse número caiu para 495. Segundo ele, o resultado positivo alcançado é resultado de uma série de postulados adotados pelo governo local, como: valorização da vida, igualdade social, educação, inovação e atitude.


Gavíria foi um dos especialistas convidados do primeiro dia do Seminário Internacional de Políticas Públicas Inovadoras para Cidades, que começou ontem, realizado pela Prefeitura de Fortaleza, no Marina Park Hotel.


De acordo com ele, o compartilhamento de experiências entre as cidades é uma forma de “buscar os melhores caminhos”, visto que, via de regra, “os problemas das cidades são muito similares em qualquer parte do mundo”.


Desigualdade, drogas e corrupção, por exemplo, são grandes problemas que afetam a todos, em maior ou menor grau. “Todos esses fenômenos estão alimentando a violência nas nossas cidades. Deve-se atacar as bases, as origens da violência, de forma simultânea”, orienta, embora admita que Medellín ainda tem muito a percorrer até se tornar uma cidade efetivamente livre da violência.

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Por mais similares que as cidades possam ser no que diz respeito aos seus grandes problemas, pondera que nem todas as soluções surtem efeito em todos os lugares. “Há diferentes condições geográficas, culturais. E há também que se reconhecer as boas práticas de outras cidades, não é uma só via”.


Convidado para falar sobre o plano Fortaleza 2040, o arquiteto Fausto Nilo relembra que a cidade da Era Industrial foi organizada, segregando espaços e pessoas. E que o Plano busca inovar o planejamento urbanístico e integrar a todos. “Esse plano tenta inovar porque não vai direto para as leis, mas com a sociedade. É uma forma para que todos tenham acesso a oportunidades e a uma cidade justa”.


A secretária de Relações Internacionais e Federativas de Fortaleza, Patrícia Macêdo ressalta que o evento tem como principal intuito reunir as “melhores práticas” no que se refere à inovação em políticas públicas. E que estas possam ser, posteriormente, adequadas à realidade de Fortaleza. “Estamos direcionados à gestão e para que essas políticas públicas venham enriquecer cada vez mais as políticas que desenvolvemos”. Ainda conforme a secretária, quando Fortaleza mostra que está em busca de ideias inovadoras, “ela passa a ser enxergada pela comunidade internacional”.


Para o prefeito Roberto Cláudio, além de render a troca de experiências inovadoras que deram certo dentro e fora do Brasil, o evento pode gerar parcerias com instituições internacionais. A expectativa é que, a partir do Seminário, nasça “um produto que possa ser colocado em prática a partir da próxima semana”.

 

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O Seminário Internacional de Políticas Públicas Inovadoras para Cidades começou ontem a segue até amanhã, no Marina Park Hotel.


Ao longo dos três dias, o evento reúne especialistas brasileiros e estrangeiros para abordar sobre temas como gestão pública, saúde, inovação nas áreas de mobilidade urbana e geração de emprego e renda. Ontem, o evento contou com a presença de membros do governo do Estado, do Município e empresários.

 

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