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Nem só de cosplay viverá o Sana
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Nem só de cosplay viverá o Sana

| variedade| De ponto de encontro para os jovens a espaço de trabalho, evento de cultura pop e geek tem lugar para diversidade de vivências, público e atrações
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FORTALEZA, CE, BRASIL. 13-07-2019: SANA no Centro de Eventos. (Fotos: Deísa Garcêz/Especial para O Povo) (Foto: Deísa Garcêz)
Foto: Deísa Garcêz FORTALEZA, CE, BRASIL. 13-07-2019: SANA no Centro de Eventos. (Fotos: Deísa Garcêz/Especial para O Povo)

Há quem aproveite para renovar o estoque de roupas e acessórios, quem use o evento como desculpa para encontrar amigos e também quem se divida entre trabalho e — um pouquinho de — diversão. No Sana, promovido pela Fundação Cultural Nipônica Brasileira (FCNB), o público e as atrações são mais diversas do que a maioria das pessoas pode imaginar. Conhecido por ser reduto dos fãs da cultura oriental, ele chegou em 2019 à 19ª edição e segue, ao longo dos anos, se expandindo em tamanho e área de abrangência, trazendo diferentes programações e atrações de cultura asiática, claro, mas também do mundo geek e da cultura pop em geral.

O cosplay, termo que designa a atividade em que as pessoas se fantasiam de personagens de diferentes obras da cultura pop e encarnam suas personalidades, é marca registrada e, talvez, o fato mais conhecido sobre o Sana daqueles que o vêem de fora. No entanto, até o mundo cosplayer pode surpreender os desavisados.

O casal Albani e Carlos Paiva é um exemplo de surpresa. Ambos de João Pessoa, são casados há 40 anos — ela tem 59 e ele, 68 — e fazem cosplay desde 2015 por influência da filha. "Ela é louca por eventos assim, mas nós não conhecíamos, aí um dia ela falou que a gente tinha que vir e nos convenceu, de primeira, a ir já como personagem", contextualizou Albani, vestida de Muriel, personagem do desenho animado "Coragem, o Cão Covarde", enquanto segurava um "Coragem" feito de tecido. Carlos, vestido de Eustácio, marido de Muriel, conta que o casal veio a Fortaleza somente para o Sana. "Já viajamos muito, estivemos em Recife, participamos da Comic Con Experience (evento em São Paulo)", contou, numa pausa rápida entre os vários pedidos de fotos do público.

A estudante Alicia Souza, de 18 anos, compareceu a esta edição do evento ontem somente para ter a oportunidade de fazer cosplay da bruxinha Sabrina, da série da Netflix "O Mundo Sombrio de Sabrina". "Eu venho pro Sana desde 2014, quando eu tinha 14 anos. Hoje, vim só pra usar o cosplay", explicou. Sem focar em nenhuma atração específica, contou que prefere aproveitar as lojas. "Vou olhar o que tem e pretendo comprar alguma coisa", explicou. Os estudantes Manuela Marques, 14 anos, e Pablo Vinícius, 17, reforçaram o poder da área de vendas do evento. "Já comprei um colar, meia e umas 'orelhinhas'", afirmou.

"Geralmente é roupa ou desenho dos artistas", resumiu .A estudante Alice Bittencourt, 16 anos, ajudou a resumir o evento: "É para encontrar os amigos e gastar dinheiro com colar, anel e mangá". Com maioria de público na fase da adolescência, o Sana cumpre também papel de ponto de encontro. "Vim sozinha, mas já encontrei todo mundo", exemplificou Alice.

Apesar dessa maioria jovem, também há espaço para adultos que, muitas vezes, cresceram com o evento. A auxiliar administrativo Kettry Monteiro tem 33 anos e conheceu o Sana aos 12, através de um primo.

"Geralmente tinha poucas arenas temáticas, agora tá tendo mais", avaliou. Para este sábado, contou qual atração mais aguardava: "Vou para a rave do Game of Thrones". A Rave of Thrones é a maior festa temática da série de sucesso e chegou à programação do Sana em 2019 com a presença do ator Kristian Nairn - ele ainda participou de entrevista aberta ao público.

Outro olhar diferente para o Sana se revela naqueles que ficam "do lado de lá" das lojinhas. Na área temática de Harry Potter, Jéssica Kynn, 28 anos, atendia aos clientes que se encantavam entre os chaveiros e "poções" disponíveis na loja Kynn da Muamba. A microempreendedora compareceu ao Sana em edições anteriores do lado do público, inclusive fazendo cosplay, mas há dois anos começou a apostar na parte das vendas.

"Desde que comecei na lojinha, tenho esse foco (no evento). O fim de semana tem a melhor movimentação, principalmente o domingo", afirmou. Ao lado dela, o designer gráfico Victor Campos, 24 anos, atendia outra parte da clientela na loja Hipnos, inclusive vestido como um estudante de Hogwarts. Além das vendas, contou que também organiza a área temática de Harry Potter já há três anos. Em meio a tantas responsabilidades, confessou: "Dá tempo de aproveitar, mas só no finalzinho".

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