A quantidade de pessoas morando nas ruas de Fortaleza vem crescendo. Por diversas questões que perpassam desde a segurança pública até a seca que atingiu o Estado ao longo de seis anos consecutivos, de 2012 a 2017. As pessoas estão migrando para praças e canteiros de avenidas. Os números são subnotificados. Dados do ano passado mostravam que a cada mês o Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop) recebe cerca de 50 novos cadastros de atendimento.
O último censo é da Secretaria Municipal dos Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SDHDS) em 2014 e 2015. Conforme o relatório, Fortaleza tinha 1.718 moradores de rua, estando concentrados em maior número no Centro e Beira Mar. Dado da pasta de 2017 mostrou que havia naquele período 247 homens e mulheres morando só na Praça do Ferreira.
Nesta reportagem, O POVO buscou conhecer a história de pessoas que - pela arte, pela fé ou pela caridade - conseguiram superar a situação de rua. É uma realidade difícil e que está longe de clichês como o "se você quiser, você consegue". Depende de políticas públicas eficientes, de um olhar personalizado - afinal, cada demanda é única - e de muito apoio psicológico. Refazer a dignidade de alguém exige, definitivamente, esforço. Nos relatos, os personagens falam sobre as assistências pelo olhar de quem foi acolhido ou negligenciado por elas.
Outro ponto da apuração jornalística foi o desafio de encontrar a história de uma mulher que tivesse superado as ruas. Há uma especificidade importante no aspecto de gênero, uma vez que as desigualdades sociais são praticamente escancaradas nas batalhas do dia a dia nesse contexto.
Sem estigma e em busca de ampliar o olhar, O POVO traz três histórias de vida e de força.
Multimídia
Veja amanhã vídeos com os personagens da reportagem.
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