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Moro diz que novas mensagens vazadas são "balão vazio"
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Moro diz que novas mensagens vazadas são "balão vazio"

| INTERCEPT | Sergio Moro foi o alvo principal das conversas entre membros do MPF publicadas na oitava parte das reportagens do site de notícias
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 (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Em reação às informações divulgadas por The Intercept ontem e que revelam diálogos de membros do Ministério Público Federal (MPF) sobre a conduta do ex-juiz, o ministro da Justiça Sergio Moro disse que se trata de "fofocas de procuradores".

Pelo Twitter, o ex-titular da 13ª Vara Federal de Curitiba afirmou que os erros de edição do conteúdo, reconhecidos por seus editores e depois corrigidos, "só reforçam que as mensagens não são autênticas e que são passíveis de adulteração".

O ministro continuou: "O que se tem é um balão vazio, cheio de nada. Até quando a honra e a privacidade de agentes da lei vão ser violadas com o propósito de anular condenações e impedir investigações contra corrupção?".

Alvo principal das conversas entre membros do MPF publicadas na oitava parte das reportagens de Intercept, o ex-magistrado disse também que a publicação, "se fosse verdadeira, não passaria de supostas fofocas de procuradores, a maioria de fora da Lava Jato". E acrescentou: "Houve trocas de nomes e datas pelo próprio site que as publicou, como demonstrado por O Antagonista".

A reportagem do site jornalístico, divulgada na madrugada de sábado, mostra trocas de mensagens de procuradores em grupos privados do aplicativo Telegram. Entre eles estão Monique Cheker e Laura Tessler, que criticam a atuação do então juiz da Lava Jato.

Nos diálogos, que datam de novembro do ano passado, quando Moro ainda analisava convite de Jair Bolsonaro para assumir o Ministério da Justiça, as procuradoras demonstram preocupação com a possibilidade de que o então juiz ocupasse o cargo. Para elas, a ida de Moro poderia fortalecer as críticas de parcialidade da força-tarefa.

Também pelas redes sociais, o coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, respondeu à reportagem. Segundo ele, "as mensagens que circulam como sendo de integrantes da Força-Tarefa da Lava Jato já acumulam diversas evidências de adulteração, além de serem produto de um crime cibernético".

Dallagnol escreveu ainda que os "procuradores da FT (força tarefa) e outros que seriam os autores das mensagens não as reconhecem como autênticas". De acordo com ele, "os ataques deferidos (sic) contra a Lava Jato são inócuos porque a operação é sustentada com base em provas e está submetida ao crivo do Poder Judiciário".

Nesse sábado, a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) se manifestou sobre o assunto. A entidade admitiu "preocupação quanto à divulgação de mensagens atribuídas a integrantes do Ministério Publico Federal com indícios de terem sido adulteradas e de serem oriundas de crime cibernético".

A nota da ANPR menciona, por exemplo, a troca de nomes de procuradores em mensagens atribuídas a Angelo Goulart Vilella, que teria sido enviada em novembro de 2018. Conforme a entidade, "Villela está afastado de suas atividades desde 2017".

Além do equívoco, Intercept também registrou uma data errada e afirmou que Monique Cheker trabalhou em Curitiba em 2008. Em nota enviada ao site O Antagonista, a procuradora negou que estivesse na cidade naquele ano. "Na verdade, ela atuou em 2008 como Procuradora de Contas do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro", esclareceu a ANPR.

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