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Desafios da Ancine
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Desafios da Ancine

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Presidente da Ancine, Christian de Castro, participou de audiência pública na ALCE (Foto: Marcos Moura/ Diovulgação ALCE)
Foto: Marcos Moura/ Diovulgação ALCE Presidente da Ancine, Christian de Castro, participou de audiência pública na ALCE

Desde a transição entre os governos Temer e Bolsonaro, a Agência Nacional do Cinema (Ancine) se viu envolta em um período marcado por diferentes entraves que impactam a indústria do audiovisual no País. Em abril, o Tribunal de Contas da União (TCU) contestou prestações de contas da Agência, que, por consequência, suspendeu repasses ao setor para lidar com a situação. Há um fantasma constante de descontinuidades culturais que trazem receio à classe artística. O presidente da Ancine, Christian de Castro, esteve em Fortaleza para participar de programações relacionadas ao 4º Mercado Audiovisual do Nordeste. Foi também protagonista de audiência pública ocorrida na Assembleia Legislativa do Ceará na segunda-feira, 24, ocasião em que teve conversa exclusiva com o O POVO sobre desafios e próximos passos da agência.

O POVO - Qual será o próximo passo, a maior prioridade, da Ancine?

Christian de Castro - Nesse momento, é o caminho com o TCU. Eu diria que essa a prioridade zero do ponto de vista de prestação de contas e trabalho. Do outro lado, a definição do Plano Anual de Investimentos do Fundo Setorial tão logo o Comitê Gestor seja definido. Esta é outra prioridade para a gente, a partir do segundo semestre, já começar a realizar investimentos desse plano anual de 2019. Do lado do fomento, essas são as duas grandes prioridades. Quando a gente olha dentro da matriz de investimentos, é importante dizer que tem esse olhar mais dedicado à descentralização, investimento regional que vem dando muitos resultados. Tudo isso leva a gente para um caminho de olhar para a dimensão empresa, não só o investimento nos projetos, mas a capacitação do empreendedor e o investimento das empresas. Hoje tem algumas linhas que olham isso, mas é a gente procurar trabalhar esse fortalecimento das empresas de maneira mais detida.

OP - Vimos recentemente o exemplo prático de Vingadores: Ultimato ocupando 80% das salas de cinemas. Isto teria acontecido se a cota de tela já tivesse sido assinada?

Christian de Castro - Mais ou menos. A cota de tela não tem um dispositivo que segura a quantidade de telas em determinado momento. Ela demanda que o exibidor exiba um número de sessões de filmes brasileiros ao longo do ano. Então, dependendo da safra de filmes e o momento que venha, pode ter mais filmes num determinado momento, menos filmes (em outro), mas o importante é ele, durante o ano, cumprir aquele volume.

OP - Em sua fala na Assembleia, o senhor ressaltou a importância de mostrar números e a força da indústria audiovisual. Esse trabalho vem dando resultado junto ao TCU, ao Ministério da Cidadania, à Presidência?

Christian de Castro - Vem. É um trabalho que a gente vem desenvolvendo sobretudo com a área técnica do TCU e com os ministros dessa compreensão da importância do audiovisual como gerador de emprego, renda, de movimentação econômica. No Ministério da Cidadania, o ministro Osmar Terra percebeu isso muito rapidamente, o secretário (Especial da Cultura) Henrique Pires percebeu de maneira evidente. Na Economia, a gente também tem uma excelente interlocução, o Ministério da Economia vê a economia dos intangíveis, a economia criativa, como uma grande potência para a economia brasileira. A gente tem essa interlocução e esse entendimento. Eu acho que é lógico que em um início de governo, muita coisa para se apropriar, haja outras prioridades, o Brasil é um país carente de infraestrutura.

 

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