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Caminhos que podem levar ao Paço Municipal
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Caminhos que podem levar ao Paço Municipal

Faltando menos de um ano e meio, legendas traçam estratégias em busca do comando da capital cearense
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ARTE rupestre taperuaba (Foto: FOTOS IPHAN/DIVULGAÇÃO)
Foto: FOTOS IPHAN/DIVULGAÇÃO ARTE rupestre taperuaba

O dia 2 de outubro de 2020 está marcado no calendário eleitoral para as próximas eleições municipais. Contudo, as tratativas sobre as candidaturas já se desenrolam ainda faltando quase um ano e meio. Na verdade, explica o cientista político Cleyton Monte, "a discussão para eleição 2020 começou logo após sair os resultados do primeiro e do segundo turno (das eleições 2018)".

Ali, as legendas puderam avaliar o capital político dos candidatos e projetar o cenário das eleições seguintes. A disputa pela sucessão de Roberto Cláudio (PDT), no entanto, apresenta dois discursos que caminham em direções opostas: de um lado, aqueles que desde já se apresentam como postulantes à Prefeitura de Fortaleza, e, de outro, os que preferem postergar a discussão eleitoral.

Hoje no comando do Executivo na capital, o prefeito Roberto Cláudio mantém discurso semelhante à das principais lideranças do partido brizolista no Ceará, os Ferreira Gomes. Indagados sobre como estão as discussões para 2020, pedetistas são unânimes. "Não está ocorrendo", enfatiza o senador Cid Gomes. "Nós estamos na metade de um mandato. Fortaleza precisa agora se concentrar em resolver os problemas", completa Ciro Gomes. "A gente tem que deixar a discussão política lá para o próximo ano, para não atrapalhar (a gestão)", arremata Roberto Cláudio.

O foco na gestão da capital tem explicação simples: o sucesso do candidato apoiado pela máquina pública dependerá da avaliação que Roberto Cláudio apresentar junto à população fortalezense, argumenta Cleyton Monte.

Dirigente estadual do partido, o deputado federal André Figueiredo aposta no projeto de continuidade, ficando o nome do sucessor em segundo plano - pelo menos, no momento. "Nós temos a convicção de que o projeto, independente de nomes, é extremamente exitoso e vamos mostrar isso", relata ele.

Uma definição antecipada, portanto, não está no horizonte da legenda, acrescenta Cleyton Monte, por não ser "a forma como o grupo age". Segundo o cientista político, "o grupo Ferreira Gomes sempre apresenta o candidato nas semanas finais das convenções", exemplificando com as campanhas para o primeiro mandato do governador Camilo Santana (PT) e do próprio Roberto Cláudio.

No campo oposicionista, a estratégia adotada é inversa. Os políticos que se contrapõem à gestão pedetista começam a se movimentar e lançar as primeiras pré-candidaturas, como a do deputado federal Capitão Wagner (Pros) e a do ex-deputado estadual Carlos Matos (PSDB).

O tucano considera natural a apresentação antecipada da candidatura. "Geralmente, os planos de governo saem dos gabinetes, os marketeiros fazem com 90 dias (antes das eleições", critica Matos. Segundo ele, mudar esse modelo de planejar "é um ruptura que a sociedade pede". Por isso, nos próximos meses ele deve percorrer os bairros da capital , discutindo com a população as demandas da cidade. "É preciso abrir as portas para a sociedade", considera.

Para além das pré-candidaturas já firmadas, vários 'pré-pré-candidatos' começam a se colocar como possibilidades na disputa , ainda que aguardem os respectivos partidos 'baterem o martelo'. O deputado estadual Heitor Férrer (SD) aponta o próprio histórico como razão para o seu nome estar "sempre em baila". Segundo o parlamentar, o presidente estadual do Solidariedade, Genecias Noronha, "manifestou interesse" na candidatura, que poderá ser fechada em uma próxima conversa entre os dois.

Segundo deputado federal mais votado, Célio Studart (PV) também começa a ser projetado pela própria legenda como candidatura para 2020. "Como único mandatário de um mandato e pela votação (obtida) em Fortaleza, é natural que se cogite", explica Studart. Sem confirmar um desejo pessoal de candidatar-se, ele diz não descartar a possibilidade, tanto pela relevância dessa disputa como por perceber "o desejo da população".

Muitos outros começam a ser apontados, seja por si próprio, aliados ou pela legenda, como possibilidades de candidaturas. Dentre eles, a deputada federal Luzianne Lins (PT), os deputados estaduais André Fernandes (PSL), Dra. Silvana (PR) e Renato Roseno (Psol), além de dirigentes partidários como Geraldo Luciano (Novo) e Alexandre Pereira (Cidadania).

Para Férrer, é importante iniciar desde já a discussão eleitoral e colocar-se como um dos que pleiteiam comandar a capital pelos próximos quatro anos. "Quando o nome é colocado, ele fica sendo lembrado pelas pesquisas, o nome fica sendo divulgado", afirma.

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