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Após desistência de Renan, Davi Alcolumbre é eleito presidente do Senado
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Após desistência de Renan, Davi Alcolumbre é eleito presidente do Senado

| Disputa | Em sessão que se arrastou pela tarde do sábado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) derrotou Renan Calheiros (MDB-AL) e foi eleito presidente do Senado por 42 votos
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Senador Renan Calheiros (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil Senador Renan Calheiros

Após mais de seis horas de uma sessão tumultuada ontem, 2, Davi Alcolumbre (DEM-AP) foi eleito presidente do Senado por 42 votos, ainda no primeiro turno da votação.

O parlamentar derrotou cinco concorrentes, entre eles o senador Renan Calheiros (MDB-AL), que retirou sua candidatura na reta final da disputa, mas teve seu nome mantido na contagem dos votos. No total, 77 parlamentares participaram da segunda tentativa de votação realizada no final da tarde de ontem.

Na primeira, foram contabilizados 82 votos, feitos em cédulas de papel - há 81 senadores. Por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), a votação foi secreta. A mesa da Casa, então, decidiu invalidar todos os sufrágios e refazer a votação, cujo resultado apontou a vitória de Alcolumbre, representante do baixo clero do Senado e um dos aliados do governo de Jair Bolsonaro (PSL).

A vitória do senador foi viabilizada depois que o seu principal adversário, Renan Calheiros, anunciou que iria deixar a briga pela presidência do Senado sob a alegação de que a eleição havia sido "deslegitimada" porque senadores revelaram os seus votos durante o pleito.

O alagoano se referiu diretamente a parlamentares tucanos e ao filho do presidente da República, Flávio Bolsonaro, cujo voto, divulgado por ele, foi para Alcolumbre.

Esperidião Amin (PP-SC), outro dos que concorriam ao posto, teve 13 votos. Ângelo Coronel recebeu oito; José Reguffe (sem partido-DF), seis; e Fernando Collor (Pros-AL), três votos. Cinco votos ainda foram registrados para Renan, mesmo com sua desistência.

Na reta final, três candidatos desistiram da disputa. Major Olímpio (PSL-SP), Alvaro Dias (Podemos-SP) e Simone Tebet (MDB-MS) abandonaram a corrida para concentrar os votos em Davi Alcolumbre. Olímpio e Dias argumentaram que a fragmentação acabaria beneficiando Renan e, por isso, aceitaram sair da disputa. Já Simone Tebet registrou sua candidatura avulsa de última hora para poder discursar durante a sessão.

Mas, quando Alcolumbre fez o seu discurso como candidato, ele pediu à senadora que abrisse mão da sua candidatura. Ela aceitou e declarou seu voto para o colega.

Durante a votação, senadores contrários ao voto fechado mostraram a cédula para o Plenário e para fotógrafos presentes na tribuna ao depositarem seus votos na urna.

Em seu discurso de vitória, Alcolumbre afirmou não ter "inimigos na política" e que "a condição de adversário é passageira". Ele acrescentou: "Situação e oposição contarão com as mesmas prerrogativas dessa Presidência". Para ele, o Senado precisa ouvir a voz das ruas. "Não devemos temer as críticas das ruas. Devemos ouvi-las com atenção", disse. (Henrique Araújo com agência)

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