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Bicicletas elétricas E-bikes começam a ganhar espaço
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Bicicletas elétricas E-bikes começam a ganhar espaço

|TENDÊNCIA| Em 2018, foram 31 unidades comercializadas no Brasil. Mas, até 2022, estima-se que o número chegue a 280 mil, à medida que o preço se tornar mais acessível
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FORTALEZA ,CE, BRASIL 29-01-2019: (Letícia Passos Pritante, 36 , Servidora Pública) Letícia escolheu mudar,usa sua bicicleta eletrica para se locomover de casa para o trabalho e nos a fazeres do dia a dia. (Gustavo Simão/ Especial para O POVO) (Foto: Gustavo Simão/especial para o povo)
Foto: Gustavo Simão/especial para o povo FORTALEZA ,CE, BRASIL 29-01-2019: (Letícia Passos Pritante, 36 , Servidora Pública) Letícia escolheu mudar,usa sua bicicleta eletrica para se locomover de casa para o trabalho e nos a fazeres do dia a dia. (Gustavo Simão/ Especial para O POVO)

Ainda respondendo por menos de 1% do mercado de bicicletas no Brasil, as bicicletas elétricas, também chamadas de e-bikes, estão entre as principais tendências para os próximos anos. Em 2018, foram 31 unidades comercializadas. Mas, até 2022, estima-se que o número chegue a 280 mil.

O estudo "Projeções e análise de demanda por bicicletas elétricas no Brasil", feito pela Associação Brasileira do Setor de Bicicletas (Aliança Bike) e pelo Laboratório de Mobilidade da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lamob/UFRJ), mostra que esta já é uma curva ascendente. Há dois anos, por exemplo, o número de unidades comercializadas
ultrapassou 20 mil.

"Essa é uma tendência mundial. No mercado europeu, as bicicletas elétricas já respondem de 20 a 30% do mercado de bicicletas. Na Alemanha, está chegando a um terço dos modais. No Brasil, a nossa projeção por conta do aumento da renda, PIB (Produto Interno Bruto) e crescimento orgânico da demanda é que, até 2022, teremos 280 mil unidades. Algo que é mais ou menos de 5 a 6% do market share, algo ainda bem conservador", explica o coordenador da Aliança Bike, Daniel Guth.

Em Fortaleza, o aumento da procura já ocorre, explica o dono da Ciclo Adventure Fortaleza, Rogério Farias, empresa há 15 anos no mercado. Entre as principais vantagens que traz, está a possibilidade de percorrer distâncias maiores em um espaço de tempo menor que uma bicicleta comum e continuar sendo uma alternativa ao estrangulamento do modal rodoviário.

E sem demandar tanto esforço ou chegar suada aos lugares, diz a servidora pública, Letícia Passos Priante, de 36 anos. "Antes eu levava em torno de 25 minutos para chegar ao trabalho. Agora chego em 17
minutos", compara.

Ela também conseguiu reduzir para mais da metade os gastos com gasolina e estacionamento. "Ainda mantenho o carro porque tenho duas filhas, mas, quando preciso sair sozinha, só vou de bicicleta. O que me permite também ter um novo olhar para
a Cidade", observa.

O senão ainda continua sendo o preço, para muitos ainda inacessível. Hoje, uma bicicleta elétrica pode ser encontrada, em média, a partir de R$ 2,5 mil. Porém, dependendo dos acessórios e da marca, chega a ultrapassar facilmente os R$ 37 mil. Mas há cinco anos, o equipamento de entrada não saia por menos de R$ 5 mil.

Para Daniel Guth, uma das medidas que poderia destravar o setor, seria a desoneração de impostos. Enquanto o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de uma bicicleta comum é de 10%, o de uma elétrica é 35%. "É maior do que a dos veículos ou a do run e do uísque. Sendo que a bicicleta não provoca tantas mortes no trânsito e gastos com saúde", ressalta.

O avanço da tecnologia também deve contribuir para popularização das e-bikes nos próximos anos, explica o coordenador do Grupo de Pesquisa em Transporte, Trânsito e Meio Ambiente (Gttema) do Departamento de Engenharia de Transportes da Universidade Federal do Ceará (UFC), Flávio Cunto.

"Grande parte do custo está no motor elétrico em si e nas baterias, longa duração leve e com recarga rápida, mas já existem várias tentativas de tornar a tecnologia mais popular e, assim, mais barata e acessível aos usuários", reforça.

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