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Coaf identifica na conta de Flávio Bolsonaro pagamento de título de R$ 1 mi sem indicar favorecido
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Coaf identifica na conta de Flávio Bolsonaro pagamento de título de R$ 1 mi sem indicar favorecido

| movimentação bancária | Informação foi divulgada ontem pelo Jornal Nacional. Investigação aponta que Flávio tem movimentação bancária semelhante à de Queiroz
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Novo trecho de relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) foi divulgado ontem pelo Jornal Nacional, da Globo, e aponta, entre movimentações atípicas do deputado estadual e senador eleito, Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), um pagamento de R$ 1.016.839 de um título bancário da Caixa Econômica Federal. Conforme a reportagem, o Conselho afirma que não conseguiu identificar o favorecido, a data e nenhuma outra informação sobre o pagamento.

 

O Jornal Nacional também informou que o relatório do Coaf indica que Flávio Bolsonaro tem operações muito parecidas com as realizadas por Fabrício Queiroz, que foi seu assessor. O documento que analisa operações na conta de Flávio Bolsonaro é desdobramento do relatório sobre as movimentações de Fabrício Queiroz. Em comum, há citações sobre depósitos e saques em caixas de autoatendimento dentro da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj); operações em espécie; e valores fracionados.

 

A investigação sobre a movimentação financeira de Fabrício Queiroz foi iniciada há seis meses e tem como foco de apuração a suspeita de prática de lavagem de dinheiro ou "ocultação de bens, direitos e valores" no gabinete do deputado estadual - atualmente senador eleito - na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). O jornal O Estado de S. Paulo teve acesso aos autos do procedimento de investigação criminal, que está sob sigilo.

 

A base deste e de outros 21 procedimentos criminais abertos no Legislativo fluminense é um relatório do Coaf, que apontou movimentação atípica de funcionários e ex-funcionários da Alerj. Os autos são assinados pelo promotor que cuida do caso, Bruno Gaspar, do Grupo de Atribuição Originária Criminal da Procuradoria-Geral de Justiça. Queiroz recebeu depósitos de outros servidores do parlamentar, sempre próximos às datas de pagamentos na Alerj.

 

No dia 14 de dezembro o promotor do caso requisitou informações do Coaf sobre movimentações financeiras de Flávio de 2007 até os dias atuais. O pedido abrange movimentações de Queiroz e de mais sete funcionários e ex-funcionários do gabinete no mesmo período. A iniciativa serviu para que a defesa de Flávio pedisse ao Supremo a ilegalidade do processo. O argumento foi de que Flávio tem foro privilegiado, já que ele havia sido eleito senador.

 

Os arquivos do MP comprovam que a investigação começou antes da exoneração da filha de Queiroz, Nathalia, citada no documento, do gabinete do então deputado federal Jair Bolsonaro, em 15 de outubro. No mesmo dia, Queiroz também foi exonerado do gabinete de Flávio Bolsonaro, na Alerj.

 

A família de Queiroz faltou a todos os depoimentos no MP para esclarecer as questões apontadas pelo Coaf. Eles alegaram que o ex-assessor passa por um tratamento contra um câncer. Os assessores de Flávio citados no relatório também foram convidados a depor.

 

Na última sexta, o MP afirmou que Flávio Bolsonaro não consta como investigado na portaria que instaurou o procedimento de apuração criminal. No entanto, disse que isso não impede que o senador eleito ainda possa se tornar alvo da investigação. Até a segunda-feira passada, ele sustentava que não era investigado, argumento também usado por ele para faltar ao depoimento marcado no MP para o último dia 10.

 

Porém, sua defesa posteriormente passou a tratá-lo como investigado, inclusive no pedido ao Supremo. "Até o dia 7 de janeiro, não sabia que estava sendo investigado. Descobri que o MP estava me investigando ocultamente desde meados do ano passado e que meu sigilo foi quebrado de forma ilegal, sem a devida autorização judicial", disse Flávio ao Jornal da Record na última sexta. 

 

(Com Agência Estado)


A investigação

 

O EX-FUNCIONÁRIO de Flávio Bolsonaro (PSL) é investigado por movimentações "atípicas" na própria conta, conforme apontou o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). O relatório do Coaf indica que R$ 1,2 milhão passaram pela conta de Queiroz durante o período de 13 meses.

 

NA SEXTA, 18, o Jornal Nacional, da TV Globo, teve acesso a outro relatório do Coaf, que mostra movimentações bancárias suspeitas do próprio Flávio Bolsonaro, filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro.

 

SEGUNDO O documento, entre junho e julho de 2017, Flávio recebeu 48 depósitos em espécie em sua conta, concentrados no autoatendimento da agência bancária que fica dentro da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), e sempre no mesmo valor: R$ 2 mil. No total, foram R$ 96 mil, depositados em cinco dias.

 

NA ÚLTIMA quinta, o vice-presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luiz Fux, atendeu a pedido de Flávio Bolsonaro e determinou a suspensão da investigação. O relator do caso, Marco Aurélio Mello, vai analisar a reclamação de Flávio. Ontem, o ministro indicou que vai negar o pedido após o fim do recesso do Judiciário.

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