A última vez que Francisca Edneide da Cruz Santos, 49, visitara a família em Brejo Santo tinha sido em 2017. Viera sozinha de São Paulo, num voo até Juazeiro do Norte, diferentemente de anos anteriores, quando trazia marido e os dois filhos. Um ano depois, o corpo da cearense, morta na tragédia de Milagres, estava sendo velado na mesma sala da casa onde cresceu com outros nove irmãos antes de se mudar para São Paulo, 20 anos atrás.

"É muito triste", resume Francisco Brandão, a voz um fiapo. Nos fundos da casa, parentes de Edneide conversam sob o alpendre. Recusam falar com O POVO. "A família está muito assustada", explica uma mulher. Ela é casada com um dos irmãos de Edneide. "Era muito religiosa, assim como todos aqui na casa. Não sabem como continuar depois dessa desgraça". O corpo dela será enterrado neste domingo no cemitério de Brejo Santo.