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Ações do governo Bolsonaro podem puxar o crescimento do Ceará
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Ações do governo Bolsonaro podem puxar o crescimento do Ceará

| DESENVOLVIMENTO | Os desenhos do plano econômico de Jair Bolsonaro (PSL) devem refletir na atividade econômica do Ceará. Desafios locais ainda estão postos
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 Com as contas sob controle, o Ceará esteve na contramão da situação fiscal brasileira em 2018. Os hubs aéreo, tecnológico, portuário e polos industriais colocaram o Estado no caminho do desenvolvimento. Se por um lado, 2019 poderá colher os frutos, consolidar e atrair investimentos, o ano será também de dependência da política monetária, cambial e tributária do País para avançar. A onda de otimismo nacional com a agenda liberal que acena poderá tornar o ambiente macroeconômico propulsor do crescimento regional. Mas, há também a visão de que pode engessar e economia local.

 

Para Thomaz Bianchi, especialista em Finanças e assessor da Conceitos Investimentos, o mercado tem motivo para estar esperançoso com o plano econômico do novo governo. No entanto, é preciso cautela e considerar também os fatores externos. "Ainda há muitas incertezas. Existe a guerra comercial entre Estados Unidos e China, que impacta nos países emergentes. Além disto, não se sabe se realmente serão feitas as reformas", explica.

 

O diretor de Estudos da Gestão Pública do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), Cláudio André Nogueira, reitera que as questões podem mudar a perspectiva econômica em 2019. "Os Estados Unidos ainda são o maior importador dos produtos cearenses e ainda não houve repercussão. No entanto, não se sabe quais medidas serão tomadas no futuro". Além disso, a aprovação do pacote de reformas e ajuste fiscal impactam no repasse e investimentos do Governo Federal ao estadual.

[SAIBAMAIS] 

De acordo com o Farol da Economia Cearense, estudo realizado pela Diretoria de Estudos de Gestão Pública (Digep) do Ipece, o Produto Interno Bruto do Ceará (PIB) deve crescer cerca de 2,5% em 2019. Uma conta que ainda terá de ser refeita para projetar a economia local, explica o economista Alcântara Macêdo, é a da aposentadoria estadual.

 

"É preciso que o governo apresse medidas que possam procrastinar a evolução do problema previdenciário no Ceará (rombo de R$ 1,7 bilhão previsto em 2018). Estamos vendo o que aconteceu nos principais estados do Brasil, como Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, todos esses estados estão com problemas financeiros seríssimos e má gestão financeira. A evolução da Previdência pública estadual está sendo nociva ao crescimento do Estado e vai afetar de maneira decisiva ao sistema financeiro".

 

Segundo o Boletim do Ipece, divulgado na semana que passou, o Ceará aumentou em 10,69% a despesa com o pessoal inativo nos últimos três anos, passando de R$ 1,8 milhão em 2015 para R$ 2,02 milhões neste ano.
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