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O aumento das violências físicas e simbólicas relacionadas ao processo eleitoral mobilizou grupo de psicanalistas a realizar plantões de escuta ao sujeito em sofrimento. As vigílias acontecem aos sábados, das 9 horas às 17h, na clínica Aletheia, na Aldeota. Não há determinação de valor mínimo para o serviço, que deve ser remunerado na medida das condições de quem recebe o atendimento.
Segundo o psicanalista Mauro Reis, um dos responsáveis pela oferta de acolhimento, a iniciativa responde ao aumento da demanda de suporte a pessoas ameaçadas de agressões físicas e simbólicas relacionadas ao processo eleitoral.
"A gente escutou uma demanda de amigos sobre pessoas que estão sofrendo o aumento de uma violência direcionada a certas pessoas, a certas discordâncias em relação ao agressor", conta Reis.
Entre as formas de manifestação do sofrimento, o grupo de psicanalistas menciona crises de ansiedade e de choro, depressão e ideação suicida. "Diante da possibilidade de concretização de atos de violência para além das palavras, a angústia tem emergido com mais força, as pessoas estão muito fragilizadas," diz a psicanalista Joselene Monteiro, idealizadora dos plantões. Grupos sociais de mulheres e de LGBTs, os mais visados pelo discurso de ódio vigente, são os que mais precisam do atendimento. (Naiana Gomes)
Serviço
Plantão de apoio a pessoas em sofrimento
Data: aos sábados, das 9h às 17h
Local: Clínica Aletheia, na avenida Dom Luiz, 609, sala 606
Informações: Sem valor mínimo. A pessoa que recebe o atendimento pode remunerar o serviço na medida das suas condições.