Fortaleza sediou, ontem, a 10ª edição da "Marcha pela Vida Contra o Aborto", realizada na Praia de Iracema. O ato percorreu a avenida Beira Mar, que foi bloqueada entre o espigão da avenida Rui Barbosa e a Praça dos Estressados. Segundo o Movimento pela Vida e Não Violência (Movida), que organizou o ato, aproximadamente seis mil pessoas aderiram ao evento.

Uma delas foi a dona de casa Patrícia Vieira, 33 anos, que decidiu ir à marcha por "acreditar que a vida merece ser respeitada". Moradora do bairro Vila Peri, Patrícia frequenta a Igreja Assembleia de Deus e foi ao evento com o marido, os filhos gêmeos Davi e Lucas, 2 anos, e alguns amigos da igreja.

"O bebezinho que está no ventre da mãe não tem voz ainda pra se defender. Nós cremos que na concepção já existe uma vida, só que ela ainda não tem voz pra falar. Então estamos aqui pra dizer que ela merece e deseja viver", opina a dona de casa.

"A motivação foi sempre de trazer essa discussão para a sociedade civil, e a nossa expectativa é que cada vez mais o povo comece também a ir pras ruas assim como na Argentina, onde milhões de pessoas foram pra rua pra dizer não ao aborto", argumenta Fernando Lobo, coordenador do Movida no Ceará.

Apoiaram o ato, além de políticos e líderes religiosos, os cantores Chico Pessoa e Zezé Luz. Quem também subiu ao trio elétrico e falou para a multidão foi a ativista pró-vida Sara Winter.

Em 2018, o ato protesta contra a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 442, ajuizada pelo Partido Socialismo e Liberdade (Psol) no Supremo Tribunal Federal (STF), que questiona os artigos 124 e 126 do Código Penal, que criminalizam a prática do aborto. A legenda defende a não criminalização da interrupção voluntária da gravidez nas primeiras 12 semanas de gestação, por entender que a norma viola preceitos fundamentais da dignidade da pessoa humana.