Estamos vivendo a pior e mais prolongada crise dos últimos tempos. São 27,7 milhões de pessoas sem emprego. Metade desempregada e outra metade no subemprego. Esta crise é causada pela drenagem externa, provocada pelo modelo dependente que destrói a indústria nacional e transforma o Brasil num País exportador de produtos primários. Um modelo que insere o País de forma subalterna na economia internacional.

Mas não é só isso. A crise é também causada pela gigantesca drenagem interna provocada pela especulação financeira. Recursos que deveriam estar sendo investidos na produção e no bem estar de nossa população, estão indo para os cofres dos bancos, os mais rentáveis do mundo e os únicos a terem lucros recordes no meio desta crise toda.

[SAIBAMAIS] 

Para sairmos desse fundo de poço em que o nosso País foi mergulhado, temos que inverter a política econômica. Temos que fazer tudo ao contrário do que vem sendo feito atualmente. O sentido deve ser o de enfrentar a dramática desigualdade social que impera em nosso País. Esta desigualdade, uma das maiores do mundo, impede o nosso desenvolvimento.

Para termos crescimento temos que ampliar o mercado interno. Nosso País não cresce sem um mercado interno pujante. Por isso somos contra qualquer arrocho salarial e contra os ataques à Previdência Social. Nossa proposta é no sentido oposto. Proponho dobramos o salário mínimo em quatro anos. Nosso salário é um dos menores do mundo. Vamos extinguir o Fator Previdenciário e as outras artimanhas neoliberais que achataram as aposentadorias. Salários e aposentadorias mais altos significam ampliação do mercado interno.

Alguns dizem que isso é utópico e inflacionário. Pura falácia. Nossa inflação não é causada por excesso de demanda. Ela é causada por custos (juros). Inclusive, quando meu pai foi ministro do Trabalho de Getúlio e defendeu dobrar o salário mínimo na época, diziam que o País ia quebrar, que a inflação ia explodir, etc. Nada disso aconteceu. Pelo contrário. O País cresceu.

Temos que reduzir os juros reais, que são os maiores do mundo, para patamares internacionais. Queremos que os investidores saiam da ciranda e invistam na produção e não na especulação. Com a redução dos juros, o nosso País vai parar de drenar R$ 400 bilhões por ano só para pagamento desses juros.

Nenhum país do mundo suporta uma transferência tão grande de recursos da sociedade, da produção para a especulação financeira. O País precisa urgentemente retomar os investimentos. Estamos com uma taxa de investimento geral de 16% do PIB. Países como a Índia tem índice de 30% e a China mais de 40%. Vamos dobrar a taxa geral de investimento em quatro anos. Com isso criaremos 20 milhões de empregos em 4 anos.

João Goulart Filho

João Goulart Filho  - Candidato à Presidência da República pelo Partido Pátria Livre (PPL)