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Propostas de governo. O que os candidatos andam falando
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Propostas de governo. O que os candidatos andam falando

| Ceará | O POVO analisou os programas de governo dos candidatos ao Palácio da Abolição. Os projetos foram submetidos a um programa que mapeia expressões mais frequentes
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Passada a etapa de pedido de candidatura à Justiça Eleitoral, os holofotes se voltam agora para as propostas.

 

Reunidas em documentos próprios, alguns mais caprichados e outros menos, essas medidas basilares estão agrupadas no programa de governo dos postulantes.

 

Dos seis candidatos ao Palácio da Abolição, cinco apresentaram propostas - a exceção foi Mikaelton Carantino, do PCO.

 

Camilo Santana (PT), General Theophilo (PSDB), Dr. Hélio (PSL), Ailton Lopes (Psol) e Francisco Gonzaga (PSTU) cumpriram a exigência eleitoral e informaram o que pretendem fazer caso sejam eleitos.

Nem sempre foi assim. Desde a redemocratização, as propostas de governo se aperfeiçoaram, passando de documentos apalavrados pelos candidatos, muitos sem qualquer função real senão a da propaganda, a apresentações mais sofisticadas. Hoje, embora ainda tenham essa natureza publicitária, constituem etapa crucial da disputa eleitoral.

 

De acordo com a professora Monalisa Soares, da Universidade Federal do Ceará (UFC), os programas de governo "não são mera peça retórica". Para a socióloga, eles "refletem uma elaboração que é coletiva, são fruto de um diagnóstico do candidato e depois viram discurso público".

 

Segundo a pesquisadora, boa parte do projeto se transforma depois num programa de TV, que é a principal referência para o eleitor. "Evidentemente, a gente pode se perguntar se todas as propostas são efetivas", questiona a docente.

 

"O Ciro (Gomes, presidenciável do PDT) falou a proposta do SPC (de limpar nomes de eleitores devedores). A própria dinâmica da disputa vai exigir que, em algum momento, o candidato apresente a proposta concreta."

 

Pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFC e membro do Conselho de Leitores do O POVO, Clayton Monte avalia que, para muitos estudiosos e às vezes para os próprios candidatos, os programas anexados no ato de registro na Justiça Eleitoral são peças de ficção.

 

"Análises deixam de fazer um estudo dos projetos dos candidatos porque elas contêm muitas generalidades e poucos números precisos", afirma. "Mas acredito que os planos de governo são importantes porque oferecem ferramentas para acompanhar a gestão daquele candidato e para que se possam comparar ideias. O programa de governo é o mote do candidato."

 

Professora de Direito Eleitoral da Faculdade de Direito da UFC, Raquel Machado considera que os programas dos candidatos ainda carecem de uma base material consistente.

 

"Essas propostas têm um caráter mais retórico. Falta comprometimento maior do governante", pondera Raquel. Para a professora, as medidas formuladas pelos postulantes ao Governo do Ceará "são genéricas".

 

Também coordenadora do Observatório Eleitoral do Ceará, grupo integrado por estudantes e pesquisadores da Faculdade de Direito, a docente assegura que o "acompanhamento das promessas, se serão cumpridas ou não", é um exercício fundamental "para que o eleitor reflita" e "melhore o processo de cidadania" no Brasil.

 

Para analisar o conteúdo dos programas dos candidatos ao Governo do Ceará, O POVO submeteu-os a um aplicativo que mapeia as expressões e palavras mais frequentes em cada um dos documentos protocolados na Justiça.

 

Feito isso, a ferramenta projeta num desenho (nuvem de tags) os termos mais utilizados por cada postulante, hierarquizando os vocábulos por tamanho.

 

O resultado, que sintetiza as principais diretrizes dos concorrentes ao Abolição, pode ser conferido nas próximas páginas.

NÚMEROS

 

6

é o número de candidatos ao Governo do Estado nas eleições de 2018

 

7/8

é a data do 1º turno das eleições para Presidência, Senado, Governo e Câmara

 

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