A PRIMEIRA CONVOCAÇÃO DA SELEÇÃO BRASILEIRA após o desempenho na Copa do Mundo 2018 foi o retrato da condução do seu treinador durante a competição: confusa.
Foram mantidos 13 atletas que estiveram na Rússia e chamados jogadores que jamais tinham aparecido em listas anteriores, casos de Lucas Paquetá, Dedé, Felipe, Hugo, Fabinho, Andreas Pereira e Everton. Atletas que tinham grande confiança do treinador, como Gabriel Jesus, Geromel, Marcelo e Miranda, ficaram de fora, sob a justificativa de que é preciso observar e dar oportunidade a outros elementos.
É começo de um novo ciclo, evidente, mas descartar quase metade de um grupo em que ele confiava tanto retrata incoerência.
Tite mostrou durante a entrevista coletiva na sexta-feira, 17, grande inconformismo com o próprio desempenho na Copa. Disse que ficou mais de 15 dias sem dormir. Citou ainda acordar de madrugada pensando em lances da partida que determinou a eliminação do Brasil para a Bélgica, derrota por 2 a 1, e falou de amargura, se colocando como um ser humano incompleto, admitindo que faltou equilíbrio maior e agilidade para modificar o time em uma competição curta e de alto nível.
Talvez tal abalo tenha feito o treinador deixar o bom senso de lado e convocar atletas que disputarão jogos de ida das semifinais da Copa do Brasil, desfalcando Flamengo, Cruzeiro e Corinthians, enquanto a seleção faz amistosos inúteis contra EUA e El Salvador, 7 e 11 de setembro. Tudo com a anuência da CBF, cada vez mais incompetente.
Fernando Graziani
fernandograziani@opovo.com.br
Editor Chefe de Esportes