O diretor das Faculdades de Administração e Economia da Fundação Armando Alvares Penteado (Faap), Silvio Passarelli, afirma que, mesmo com estatísticas precárias, ainda é possível inferir, por cruzamento de dados, os motivos de o público LGBT%2b ser altamente promissor. De acordo com ele, 70% desses indivíduos que são abertamente homossexuais pertencem às classes A e B. O professor avalia que, por questões culturais e de escolaridade, ainda é difícil para os mais pobres se identificarem como LGBT .

“Normalmente são pessoas sem filhos, ainda é um número baixo dos que têm filhos. São oriundos das classes altas e médias, como consequência são bem educados, fazem curso superior, tem empregabilidade boa. Então, a propensão ao consumismo deles costuma ser maior ”, argumenta Passarelli.

Conforme ele, além das pessoas abertamente trans ou gays, há ainda os simpatizantes ou aqueles que possuem comportamento de consumo similar às pessoas LGBT .

Para o especialista, nem sempre a melhor estratégia é criar um negócio específico para pessoas LGBT . O melhor seria o tratamento igualitário dos clientes para ampliar o potencial dos negócios para além das questões de gênero.“Temos que criar uma mentalidade para que todos os consumidores sejam tratados

como o mesmo respeito. Se o empresário consegue ser amigável, vai vender para a população LGBT”, acrescenta.

O consumidor e estudante de farmácia fortalezense Eduardo Guimarães concorda com o perfil desenhado pelo professor.

“Existe competição de quem anda mais estiloso, se uma marca ou produto lança uma coisa legal e que vira febre, todo mundo quer ter ou usar”, relata.

Conta que ele e os amigos LGBT buscam frequentar lugares onde não precisem enfrentar olhares ou tratamentos preconceituosos ou desconfiados. Entretanto, a falta de preparo de empresários e da própria sociedade ainda faz com que a turma procure estabelecimentos específicos. para se sentir mais à vontade.