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Uma das principais atrações musicais deste sábado do Festival Vida&Arte (FVA), Os Cearenses trouxe um clima de nostalgia à Praça Sérvulo Esmeraldo. O público viajou no tempo, voltou às décadas de 1970 e 1980, quando artistas como Belchior, Fagner, Fausto Nilo, Ednardo, Amelinha, Ricardo Bezerra e Téti foram revelados.

O show, que integra projeto audiovisual da TV O POVO em parceria com a Fundação Demócrito Rocha, saiu das telas e, pela primeira vez, ganhou o palco. A atração, que traz 16 clássicos daquela época, interpretados por cantores e bandas locais, provou que os sucessos continuam vivos no coração dos cearenses.

Músicas como Dorothy L’amour, Comentário a Respeito de John, Mucuripe, Revelação, Artigo 26, Traduzir-se, Enquanto Engoma a Calça e Pedras que Cantam não estão apenas na memória afetiva daqueles que acompanharam de perto o Pessoal do Ceará, mas também ecoam nas vozes das novas gerações.

“Esse projeto representa um diálogo entre gerações. Os Cearenses mostram como o tempo não passou para essas músicas. Em décadas passadas, fizeram sucesso com artistas da geração mais brilhante e emblemática da nossa música. E hoje estão sendo interpretadas por esses grandes artistas da nossa terra”, afirma o diretor de marketing do O POVO, Cliff Villar, idealizador do projeto, que teve início em 2009. Já são cinco temporadas, totalizando 34 documentários.

Com direção do produtor musical Ronaldo Pessoa, o show, embora apresente sucessos cearenses por meio de arranjos que não tiram a originalidade das músicas, também é marcado por elementos tecnológicos que dão um toque especial às canções. “São clássicos que foram rearranjados e interpretados por essa nova geração de artistas cearenses que, sem dúvida, vão escrever a nova história da nossa música. Esse projeto é um divisor de águas na história recente da música cearense”, define Ronaldo.

Cantora que compõe a lista dos 16 nomes, Lorena Nunes não escondeu a emoção ao cantar Artigo 26, sucesso de Ednardo. Ela, que antes de participar do projeto “só conhecia a música de ouvir”, confessa que “mergulhou na letra” para compor o arranjo, em parceria com Cláudio Mendes. A canção ganhou até uma pegada de marcha francesa. “É uma música que, mesmo fazendo referência à Padaria Espiritual (movimento artístico-literário que aconteceu no Ceará), reflete muito o nosso atual contexto político Participar d’Os Cearenses é um reconhecimento maravilhoso”, destaca Lorena.

Já Saimonn emocionou o público com Revelação, sucesso na voz de Fagner. “Já canto essa música na noite, há cerca de cinco anos. A gente colocou um pouco de rock e de balada no arranjo. Fazer parte desse projeto, que resgata um período importantíssimo da nossa música, é estar numa vitrine. Precisamos valorizar o que é nosso”, defende o cantor.