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Além da disrupção. Incentivo à competitividade e economia
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Além da disrupção. Incentivo à competitividade e economia

| VANTAGENS | O uso de novas tecnologias torna empresas mais atrativas para os clientes, além de agilizar processos e ajudar na redução de custos
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Na avaliação de Cleyton Ferreira, porta-voz da UOL Diveo, o uso das novas tecnologias mantém a atratividade das empresas para os clientes, torna os processos mais ágeis e assertivos e, consequentemente, reduz os custos e aumenta a competitividade no mercado. A empresa presta serviço de tecnologia da informação para médias e grandes empresas no Brasil, atuando em quatro eixos: Big Data e Analytics; Internet das Coisas (IoT), Machine Learning e Inteligência Artificial; Transformação Digital.
 

Chamando a atenção para o potencial de mercado, Cleyton diz que 2018 tem sido o ano de projetos voltados à inovação. Dentro da UOL Diveo, o segmento vêm crescendo cerca de 200% ao ano, devendo representar em torno de 5% a 10% da receita da companhia neste ano.
 

Entre as indústrias que investem em tecnologia, o varejo se destaca. “Por ser muito dependente do atendimento, precisa melhorar a experiência do cliente para trazer engajamento maior”, explica Cleyton. É um setor pioneiro, por exemplo, em migrar os processamentos para a nuvem, usar massivamente a tecnologia de analytics e a inteligência artificial para ter atendimento mais rápido e ágil. Outro setor que aposta em novas tecnologias é o mercado financeiro. “A legislação começa a ficar um pouco mais aberta. Vimos fintechs aparecendo e trazendo competição”.
 

Uma das tecnologias que promove disrupção é a inteligência artificial (IA), na qual a máquina agiliza trabalhos anteriormente conduzidos pelo homem. Uma aplicação seria nas campanhas de marketing. Segundo Cleyton, com o uso da IA, é possível prever como vai ser a abrangência e o resultado do investimento.
 

O criador do conceito de disrupção, Clayton Christensen, comenta em seus artigos que, nos estágios iniciais, os negócios disruptivos podem trazer margens brutas e mercados-alvo menores, além de produtos e serviços mais simples.
 

Dessa forma, é comum não serem tão atrativos para outras  empresas que estão mais avançadas. Cria-se, assim, uma oportunidade para que surjam novos concorrentes disruptivos a partir da base do mercado.  

 

PRINCIPAIS TENDÊNCIAS
 

Inteligência artificial
Robotização
 

Realidade virtual aumentada
IoT (internet das coisas)
 

Big Data
Wearables (tecnologias vestíveis)
 

Blockchain

 

DESAFIOS NA REGULAMENTAÇÃO

Leonardo Leal, presidente da Comissão de Estudo e Defesa da Concorrência (CEDCON) da Ordem dos Advogados do Brasil, secção Ceará (OAB-CE), diz que o Estado deve incentivar o empreendedorismo e inovação. No cenário disruptivo, a regulamentação de novos serviços nem sempre é necessária, mas é preciso avaliar com critério se os efeitos negativos prejudicam a continuidade das empresas que já atuam no setor e se afeta a oferta de serviços ao consumidor. É importante ponderar também se a regulamentação pode ser um entrave para o desenvolvimento da nova atividade, para não atuar em função apenas de algum grupo empresarial, pois o interesse maior a ser preservado é o bem-estar das pessoas.  

 

O QUE OS SETORES TÊM FEITO PARA SE REINVENTAR?
 

BARES E RESTAURANTES
 

“Temos apostado na qualidade dos serviços e oferta diferenciada de ambiente e gastronomia, a exemplo de bebidas artesanais e novos chefs. O público quer comer e beber bem, ser bem atendido e estar no lugar agradável. A tendência não é focar em promoções do tipo ‘compre dois e leve três’, isso não é saída para a crise, mas renovar a qualidade do serviço para a clientela. As tecnologias, na nossa atividade, entram mais na parte administrativa, na parte interna do negócio”.
 

RODOLPHE TRINDADE Presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Ceará (Abrasel-CE)

HOTELARIA


“Quem trabalha com atendimento ao público, o serviço jamais pode perder a essência do contato corpo a corpo, com sorriso e atenção. Isso fideliza o cliente e é uma coisa que não vai acabar nunca. As ferramentas de reservas e vendas têm facilitado muito as atividades em nosso setor, e as agências de viagem e operadoras têm buscado se readequar. A tecnologia é inevitável e essencial, quem não adquiriu um canal de vendas online vai ficar para trás. No que a gente precisa evoluir é tentar cativar mais o cliente e fidelizar. A palavra é aperfeiçoar”.

ELISEU BARROS Presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Ceará (ABIH-CE)


INDÚSTRIA
 

“O Primeiro passo foi criar um ambiente favorável para inovação, estimulando a interlocução entre as instituições de ensino, tecnologia e gestores públicos. Nesse sentido, a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) trabalhou com redes colaborativas para pesquisa e desenvolvimento e criou o Conselho Temático de Inovação e Tecnologia (Cointec). O objetivo é fortalecer o processo de inovação, organizar reuniões mensais e promover ações como as missões para o exterior. Na inovação industrial, criou-se o Centro de Excelência em Inovação (CEI) que promove a conexão entre startups e indústrias, desenvolve programas internos de inovação e dá suporte a territórios que desejam inovar. Em maio, por exemplo, o CEI fez o lançamento da Plataforma Conexão e Conhecimento para conectar ofertas das inovações com as demandas industriais. A plataforma foi lançada no mercado na primeira quinzena deste mês. A inovação é um processo ligado diretamente à competitividade. O setor industrial é historicamente conservador, mas há segmentos mais fáceis de inovar do que outros. É preciso se reinventar para atender ao novo consumidor mais exigente e informado”.
 

MÁRIO GURJÃO Assessor da diretoria e coordenador do Projeto de Conexão para Inovação Industrial da Fiec

COMÉRCIO


Está se reinventando pela tecnologia, que fornece diversas informações utilizadas em prol do varejo, como gestão do estoque, autopagamento e autoatendimento. Com isso, os funcionários podem se deslocar para outras atividades. A tendência do varejo é de automatização, o que traz mais eficiência, customização e barateamento das operações. Dentro da loja, há equipamentos que identificam para onde o cliente olha mais, quais prateleiras chamam mais atenção. Nas óticas, por exemplo, já temos equipamentos que, combinados à técnica do visagismo, permitem ao consumidor escolher os óculos mais adequados à personalidade, formato do rosto e tom de pele.

ASSIS CAVALCANTE – presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Fortaleza (CDL-Fortaleza)  

 

EMPRESAS DISRUPTIVAS
 

UBER
 

Plataforma que conecta motoristas a usuários, atuando em 60 países e mais de 500 cidades pelo mundo. Começou a operar no Brasil na Copa do Mundo de 2014 e hoje conta com mais de 500 mil motoristas parceiros e 1 bilhão de viagens, sendo quase 20 milhões de usuários em janeiro deste ano no País. Em Fortaleza, o aplicativo iniciou a operação em abril de 2016, onde há 18 mil motoristas cadastrados.
 

AIRBNB
 

Fundado em 2008, o Airbnb é uma plataforma de compartilhamento de lares e experiências de viagens, com cerca de 5 milhões de lugares para hospedagem em 81 mil cidades de 191 países. Em 2017, foram 2,2 milhões de chegadas de hóspedes no Brasil, dobrando a marca de 1 milhão de chegadas comparado a 2016. São 117 mil anfitriões no País. Em Fortaleza, são 1.600 anfitriões (51% homens), com idade média de 41 anos, já a dos viajantes é de 35 anos, permanecendo uma média de 4,9 noites no destino.

NETFLIX
 

É provedora global de filmes e séries de televisão via streaming, serviço de transmissão online que permite aos clientes assistir a uma variedade de conteúdo. Atualmente, conta com 125 milhões de assinantes em mais de 190 países. A empresa começou as operações no Brasil em 2011 e não divulga dados por regiões ou estado. Foram registrados mais 5,46 milhões de assinantes internacionalmente no primeiro trimestre de 2018, com o crescimento de 43% ano a ano no faturamento.  

 

CASES


BANCO ORIGINAL

 

O Banco Original foi lançado em março de 2016 e possui mais de 600 mil clientes, sendo o primeiro banco a permitir abertura de conta 100% digital no Brasil. A segurança das operações conta com reconhecimento facial e geolocalização. Entre os benefícios, os clientes não enfrentam filas, têm acesso a cartão de crédito internacional com anuidade gratuita e podem sacar em dólar e em euro nos caixas eletrônicos do Original. É possível realizar transações por meio do Messenger do Facebook e Stories do Instagram. Para este ano, o banco espera aumento de 30% na base de clientes. “Nossa plataforma oferece o menor tempo de abertura de contas digitais, com um atendimento totalmente personalizado”, diz Marcelo Santos, diretor-executivo de Pessoa Física do Banco Original.

KODAK


Fundada em 1988, em Rochester, Nova Iorque, a Kodak era empresa dominante do mercado de filmes e câmeras, com uma forte presença em outros países. Foi a inventora da câmera fotográfica digital em 1975, porém, decidiu não investir no produto que seria a revolução do mercado. “A Kodak, mesmo com invenção dentro da gaveta, se recusou achando que seria modismo, mas principalmente por enorme dificuldade de mudança, o que fez a empresa perder o caminho”, avalia Roberto Kanter, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) na área de Marketing e Vendas. 

 

CHATBOT MAKER
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Atuando há um ano em Fortaleza, a Chatbot Maker é uma das empresas aceleradas pela Casa Azul Ventures. No portfólio são mais de 20 clientes, entre eles Mercadinhos São Luiz, Banco do Nordeste, O POVO Online e Governo do Estado do Ceará. A solução permite às empresas interagirem com os clientes por meio de um chatbot integrado ao Messenger do Facebook, utilizando os recursos da inteligência artificial. “Observamos como as empresas poderiam utilizar esse mesmo canal de comunicação para criar relacionamento com os clientes e aprender sobre suas preferências e necessidades para oferecer serviço certo no momento certo”, explica Thiago Amarante, CEO da empresa, gerida por ele e o sócio Marlos Távora, diretor de operações.“A pessoa entra na página e, automaticamente, o chatbot conversa com ela”, acrescenta Thiago. Desde o início das operações, são 108 milhões de mensagens trocadas com mais de 1 milhão de usuários que já passaram pelos chatbots. O objetivo da ferramenta é transformar contatos em oportunidades de negócios, agilizando os atendimentos e facilitando as vendas.  

 

CONSUMIDORA CONECTADA
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Carolina Alencar, 24, assistente administrativo-financeiro, está conectada 24 horas pelo smartphone. Na palma da mão, ela acessa os aplicativos, compra nas Casas Bahia, Lojas Americanas e Magazine Luiza, consulta o saldo do cartão de crédito do Nubank, paga boletos no Bradesco, solicita Uber, acompanha o desempenho na faculdade onde cursa Farmácia pelo SER Educacional e aprende sobre fórmulas dos remédios no aplicativo de bulas. Pelo celular, ela também interage nas redes sociais, responde e-mails e conversa com amigos pelo WhatsApp. Os benefícios da vida online são muitos. “É mais prático, economiza tempo, não preciso ligar nem me deslocar. Tenho mais opções de serviços”.  

 

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