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Made in Ceará. Empresas voltam a apostar em expansão
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Made in Ceará. Empresas voltam a apostar em expansão

| CRESCIMENTO | A melhora dos indicadores econômicos do Brasil e a reestruturação feita pelas empresas no período da crise econômica têm levado diversas marcas do Estado a conquistar novos mercado
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Depois de um hiato provocado pela crise econômica, do fim de 2014 a meados de 2017, empresas cearenses voltam a focar em expansão para outros estados e países. A retomada do consumo entre os brasileiros ainda é lenta, mas a melhora de alguns indicadores econômicos, principalmente, a taxa de juros em 6,5% ao ano, quase metade do que se tinha há um ano (11,25%), e o dever de casa feito na crise que levou muitas empresas a enxugar custos e reestruturar suas operações - têm criado uma conjuntura favorável para que as empresas voltem a pensar em novos voos.

 

Nos últimos meses, não foram poucas as movimentações neste sentido no Estado. Em abril, por exemplo, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) autorizou a cearense M. Dias Branco, maior fabricante de massas e biscoitos do País, a comprar a Piraquê, do Rio de Janeiro.

[SAIBAMAIS] 

O grupo Edson Queiroz, detentor das águas Minalba e Indaiá, comprou as marcas São Lourenço e Petrópolis, da Nestlé, e as fábricas localizadas no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e em São Paulo. E a operadora de plano de saúde Hapvida entrou no mercado de capitais, com oferta inicial que movimentou até R$ 3,4 bilhões, para consolidar presença no Norte e Nordeste, além de expandir seus negócios para as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

 

O sócio-líder da EY (antiga Ernst & Young) em Fortaleza, Carlos Matos, explica que, apesar do consumo ainda não ter voltado com toda força, existe perspectiva de melhora, além de um importante espaço a ser ocupado. Aquele deixado pelas empresas que saíram do mercado ou reduziram drasticamente suas operações durante o período da crise. “As empresas que conseguiram se organizar melhor têm mais condições de ocupar esses espaços agora”, diz.

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Do ponto de vista de capital, há também um interesse maior de estrangeiros em investir em empresas brasileiras. “Nos últimos três anos, neste ambiente de retração econômica grande, as empresas brasileiras se voltaram para dentro, mas a economia mundial teve um crescimento razoável. Então, o que acontece é que ficou muito mais barato investir no Brasil. Houve um aumento significativo de recursos estrangeiros nos fundos de investimento”, explica Matos.

 

Não são apenas os grandes conglomerados empresariais cearenses que estão mirando em novas praças. Existem diversas empresas pequenas e médias em processo de “nacionalização” e até “internacionalização” de marca, algo que, de certa forma, dá mais visibilidade aos negócios do Brasil.

 

Um dos caminhos trilhados é o de franquias. De acordo com dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), as franquias no Nordeste, região por onde normalmente começa o processo de expansão das marcas cearenses, movimentaram R$ 22,5 bilhões em 2017.

 

Crescimento de 4,3% em relação a igual período do ano anterior. O número de redes saltou de 588 para 644 (alta de 9,5%). Neste ano, o ritmo deve ser ainda maior, observa o diretor regional da ABF, Leonardo Lamartine. “E as empresas do Ceará estão contribuindo muito para este aumento”.

 

Por outro lado, o economista Célio Fernando pondera que, para ter um processo de expansão bem sucedido, o empresário precisa estar seguro quanto aos números e ao desenvolvimento do negócio, a fim de não dar um passo maior que a perna.

 

“É preciso saber o quanto se está competitivo para o mercado nacional e global em vários aspectos: tecnologia, processos, ter recursos humanos qualificados e geração de caixa suficiente para suportar o período de maturação das mudanças”, observa.

 

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