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As viagens, os momentos importantes, o parto, o crescimento da filha… Todas essas vivências contam com registros e funcionam como um carinho para a memória de Raquel Araújo, 38. O gosto pelas fotos sempre foi presente na vida da designer, desde criança, e se tornou um hábito de família. Com o tempo, mudaram os dispositivos e mudaram também os jeitos de guardar essas imagens. Presentes em HDs, pastas na memória do computador ou na nuvem, Raquel tenta sempre as melhores formas de organizar e preservar os registros. Mas como o tempo não é uma disputa, ela escolhe as melhores, revela, pendura nas paredes e mostra que as mudanças também são feitas de convívio entre o antes e o agora.
Com a ascensão do digital, o hábito de fotografar ficou mais acessível, mais prático e as pessoas começaram a armazenar um grande volume de imagens. Sem as poses de filmes contadas, ter uma foto se tornou mais simples. Mas na medida em que deixamos os limitados número de cliques, abandonamos também o hábito de revelar ou imprimir fotos e organizá-las em álbuns.
“Tenho uma memória muito curta, a fotografia é uma espécie de ‘HD externo’. É uma maneira de eu estar sempre revivendo minhas lembranças, não só de forma nostálgica, mas realmente como uma coisa neural, de cognição, de me trazer todas as lembranças dos momentos que vivi, o cheiro, a cor, a temperatura”, afirma Raquel.
Ela, o esposo Érico Praça, 33, e a filha Elis, 3, têm em casa um verdadeiro acervo sentimental e cuidam bem disso.
Para a fotógrafa Roberta Martins, que registrou o parto de Raquel, depois da era digital a fotografia se democratizou. “O que é muito bom! Todo mundo tem acesso, tem acervo, pode acompanhar o crescimento dos filhos com fotos caseiras e que têm valor”, diz. Mas ela ressalta que é importante organizar essas fotos e defende até uma seleção das mais importantes para que sejam reveladas.
Conforme ela, além de guardar em local seguro - como o computador, a nuvem ou mesmo em uma plataforma como dvd ou pen-drive - é importante manter uma organização temporal. “Com as fotos da minha filha, por exemplo, eu faço uma pasta anual no computador e no HD externo e depois vou dividindo mês a mês”, explica. Roberta afirma que apesar de ser bastante usual, ter as redes sociais como única plataforma de armazenamento é arriscado. “Veja o que aconteceu com o Orkut, por exemplo”, cita.
Allysson Araújo, professor de Sistemas de Informação da UNiversidade Federal - Campus Crateús, alerta que ter fotos importantes em mais de uma plataforma é bem mais seguro. “Pode ser o computador e um HD, um pen-drive e uma rede social, ou na nuvem, temos ótimas opções de espaço gratuito de armazenamento na Internet. As pessoas geralmente veem nuvem como algo complexo, mas o que muitas delas não sabem é que uma foto postada no Facebook ou enviada por email já está na nuvem, por exemplo”, diz.
O professor ressalta que tecnologias de armazenamento gratuitas também têm evoluído e garantido espaços maiores com manuseio mais simples. Conforme Allysson, a maneira de uso vai depender do modo como cada um lida com a tecnologia. ”A preocupação maior é tentar não manter essas imagens só no dispositivo, porque ele corre o risco de perder fotos e é muito mais prático vincular com as contas do Google ou do IOS”, conclui. O importante é manter as fotos seguras e garantir a memória das boas lembranças.
Dicas de armazenamento
Armazene suas fotos em mais de uma plataforma - Ter as fotos guardadas somente na memória do celular ou da câmera é muito arriscado. Tente fazer uma upload para outra plataforma como computador, pen-drive, dvd, ou mesmo rede social.
Guardar e Organizar - Além de guardar as fotos, é importante organizá-las. O ideia é criar pastas que podem ser temporais (dias, meses, anos), a depender do volume de fotos. Ou por situações.
Assim será mais fácil acessar essas imagens.
Mantenha memória na Nuvem - Plataformas como dvd, pen-drive e cartões de memória são dispositivos interessantes, mas sempre correm o risco de serem perdidos ou danificados. O ideal é manter as fotos num dispositivo de armazenamento pela internet.
HD Externo - O HD externo é ideal para um grande volume de fotos, mas ainda assim é passível de ser danificado. Por isso, este dispositivo deve estar aliado a outras formas de armazenamento.
Redes Sociais - Redes Sociais como o Facebook podem servir para armazenar as imagens em pasta. No entanto, o método funciona pouco se a ideia for manter a qualidade das fotos. Já que, para fazer upload, a rede social tende a reduzir o tamanho das imagens.
Programas de armazenamento - O professor Allysson Araújo lembra que algumas plataformas de armazenamento gratuito como Google Fotos e Flick podem ser ótimas aliadas na hora de guardar imagens já que possuem espaço considerável, fácil manuseio e não reduzem a resolução.
Separe as melhores e revele - Existem diversas opções de armazenamento, mas ter uma foto revelada tem seu valor. Muitas gráficas fazem pacotes promocionais de quantidade razoável de fotos para revelação. Faça um exercício. Separe as melhores fotos, revele-as e pendure em quadros. Além de deixar a casa mais bonita, a foto não estará condicionada à bateria do celular, à leitura do computador e nem à internet.