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A banda do Wolfe
DOM

A banda do Wolfe

Edição Impressa
Tipo Notícia

HENRIQUE ARAÚJO
henriquearaujo@opovo.com.br 


A turma que não escrevia direito, como ficou conhecido o grupo do qual Tom Wolfe fazia parte, era como uma banda de garagem distorcendo os instrumentos do jornalismo. De repente, lide, sublide e pirâmide invertida punham-se em desalinho, colocados abaixo por uma nova sonoridade. Gay Talese, Lilian Ross, Joan Didion e Truman Capote, os membros mais diletos dessa trupe, excursionavam pelas vastidões do território norte-americano mostrando o que pretendiam que fosse a vida como ela era de fato. Para tanto, tinham uma ambição: provar que a reportagem era não apenas um gênero literário, mas o único naquele momento capaz de sintetizar todas as transformações pelas quais passavam a cultura e a política no país. Sexo, drogas, costumes, artes, cinema – tudo era revisto. Com o romance em decadência, cumpria ao jornalismo a tarefa de expressar a novidade que eram todas essas revoluções. Não à toa, O teste do ácido do refresco elétrico, talvez o mais radical livro de Wolfe, foi publicado cinquenta anos atrás, no seminal 1968.

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