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As imagens de santos cobertas por tecidos denunciavam que não é um dia comum para a Igreja Católica. Das caixas de som saíam cânticos em volume baixo, ouvidos por fiéis taciturnos que acompanhavam a celebração presidida por dom José Antônio. Não houve missa: o arcebispo de Fortaleza reza o ofício das horas, oração feita todos os dias pelos sacerdotes e religiosos, mas que ontem, às 9 horas, na Catedral, foi aberta ao público .

“A liturgia das horas é uma oração da igreja de todos os dias do ano, mas na Semana Santa, de modo especial, principalmente no tríduo pascal, por serem dias de mais oração e reflexão e também por serem dias em que os leigos têm mais momentos para rezar, a igreja os chama a vivenciar isso”, explicou dom José. Em breve homilia durante a celebração, o arcebispo ensinou que ontem era um dia de espera e de silêncio.

O silêncio do Sábado de Aleluia recorda que Jesus está morto e sepultado e por isso não há nem alegria, nem bênção, nem consagração da Eucaristia. O arcebispo não usa anel nem cruz peitoral, símbolos do episcopado. A Igreja vive o luto, mas sem perder a esperança. “É um silêncio na nossa vida, enquanto esperamos o momento em que Deus vai levantar todos os mortos, assim como Jesus ressuscitou”, completou dom José.

Consagrada da comunidade Servos da Divina Misericórdia, Fátima Neves, participou da oração do ofício. “É muito gratificante participar deste momento com o arcebispo”, testemunha. A maior espera dela, porém, era pela vigília pascal, o grande momento da noite de ontem, quando o cântico de “Aleluia” voltou a ser entoado.

A celebração da manhã foi tranquila. Ao fim, os sacerdotes que estavam presentes colocaram-se à disposição para ouvir as confissões dos fiéis. À noite, a catedral celebrou a vigília pascal. A missa mais longa do ano antecipa o Domingo de Páscoa, que é prolongado até o domingo seguinte, sendo a maior e mais importante festa católica.