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Reinvenção. É o fim do capitalismo que conhecemos?
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Reinvenção. É o fim do capitalismo que conhecemos?

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Tipo Notícia

Na avaliação da professora de sustentabilidade nos negócios da Instituição de Ensino Superior em São Paulo (Insper), Priscila Claro, não se trata de um colapso do capitalismo. Mas uma reinvenção dos agentes do capitalismo, ou seja, da própria sociedade.
 

Ela lembra que, se por um lado, o capitalismo trouxe grandes avanços como geração de riqueza, aumento de expectativa de vida e tecnologia, por outro, o foco no curto prazo e no individualismo aceleraram a desigualdade e o esgotamento dos recursos naturais. E já não há mais como prosseguir por muito tempo sob estas mesmas premissas.
 

“Uma empresa mais consciente e responsável gera valor para todas as partes interessadas, seja por meio de redução de externalidades negativas de seus processos, seja por meio de soluções capazes de atender as necessidades da sociedade. Costumo dizer que empresas conscientes resolvem nossas dores”, analisa Priscila.
 

Haroldo Rodrigues Júnior, fundador da In3citi, única empresa em Fortaleza em processo de certificação pelo Sistema B, compartilha esta opinião. E reforça que deixar para o Governo resolver todos os problemas sociais será sempre uma conta que não fecha. Já o setor privado pode, e deve, dar sua contribuição. “Quanto maior a riqueza da empresa, e não falo só de renda, mas do impacto gerado por ela em seu entorno, maior será a sua capacidade de produção”, afirma.
 

A experiência da In3citi é ser uma ponte entre investidores e empreendedores de impacto (negócios que tenham como propósito ajudar a resolver algum problema social). Na prática, não é feita só a escolha das iniciativas e a conexão com empresas que podem financiá-las. Mas também o desenvolvimento da startup para que, ao fim do contrato, o investidor receba de volta o aporte financeiro inicial. Já os juros e dividendos viriam na forma de benefícios sociais para a comunidade.
 

“A gente faz todo acompanhamento. Não é como se faz hoje, uma empresa construir uma escola para melhorar a educação, mas mensurar em dados como aquela ação impacta na comunidade. Se a partir da tecnologia daquela startup houve, por exemplo, um aumento da escolaridade ou a queda da evasão escolar”, diz.

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