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Opositores recebem notícia da prisão com silêncio e cautela
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Opositores recebem notícia da prisão com silêncio e cautela

| REAÇÃO | A Lava Jato chegou mais longe do que os opositores, muitos investigados por corrupção, achavam
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Paradoxalmente, a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi recebida com grande cautela pelos dirigentes de partidos conservadores, férreos opositores do líder sindicalista, em sua maioria também investigados por corrupção. O silêncio e a moderação reverberaram forte, especialmente considerando que a prisão de Lula, histórico líder do Partido dos Trabalhadores (PT), para cumprir uma pena de mais de 12 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, eliminará o favorito às eleições presidenciais de outubro.
 

O presidente Michel Temer manteve silêncio. O vasto escândalo de corrupção revelado pela Operação Lava Jato não atingiu apenas Lula, mas também o atual mandatário e os principais dirigentes do seu partido, o MDB.
 

“A Lava Jato foi muito além do que os políticos dos principais partidos, das grandes lideranças do Congresso, do que Temer achavam. Seus cálculos eram de que não iria tão longe”, disse Sylvio Costa, editor do site Congresso em Foco.
 

Os políticos estão perplexos, não estão entendendo o que acontece. “Se Lula, com toda sua popularidade, em primeiro lugar nas pesquisas, vai preso, imagine o que acontecerá comigo?”, afirmou.
 

Segundo o Congresso em Foco, quase 40% dos deputados e senadores federais estão sob a lupa da Justiça por crimes, a maioria por desvio de dinheiro público ou corrupção passiva. Em resumo, 50% dos 81 senadores e mais de um terço dos 513 deputados têm pendências.
 

A prisão de uma figura de grande popularidade como Lula - condenado por receber um apartamento de uma construtora envolvida no escândalo da Petrobras - ocorre em meio a um crescente clima de violência, que teve um de seus pontos mais altos quando a caravana do ex-presidente foi atingida por tiros no Sul do País, no mês passado.
 

Até Jair Bolsonaro, um antigo militar que ganhou popularidade no calor da crise que em 2016 derrubou a presidente Dilma Rousseff, optou por uma mensagem de campanha: “O Brasil marcou um gol contra a impunidade e contra a corrupção, mas apenas um gol, o inimigo ainda não está eliminado. 

 

Temos que eleger no corrente ano um presidente da República, seja homem ou mulher, que seja honesto, tenha Deus no coração e que seja patriota”.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), também pré-candidato à Presidência, avaliou que “aqueles que têm responsabilidade pública, em qualquer nação, não podem celebrar a prisão de um ex-presidente”. (Da Agência Francepress) 

 

Vídeo divulgado pelo PT
 

O PT divulgou ontem, após o discurso do ex-presidente Lula, um vídeo com mensagem do líder petista. Veja em: https://bit.ly
/2EtRNMN   

 

Surpresa sobre STF e prisão
 

O ex-ministro Jaques Wagner, cotado como plano B do PT, não foi a São Paulo se despedir de Lula. Disse que não esperava a derrota no STF nem a prisão   

 

Em Brasília


Marina Silva lança candidatura
 

Marina Silva (Rede Sustentabilidade) lançou ontem pré-candidatura à Presidência. “O momento que estamos vivendo, que não é de celebração, é de tristeza, claro. Um ex-presidente poderia estar apto a fazer o que bem quisesse na política, sendo interditado pela Justiça”, disse. “Mas, por outro lado, é uma sinalização de que nós podemos começar a ter esperança de que se está iniciando um tempo, de que a lei será igual para todos", completou.  

 

No Twitter
 

Alckmin critica discursos populistas
 

O pré-candidato à Presidência, Geraldo Alckmin (PSDB), fez uma postagem no Twitter, ontem. Ele disse que “discursos populistas e mentirosos nos levaram à pior crise da história”. A postagem foi feita enquanto Lula se entregava à Polícia Federal. “Não adianta tapar o sol com a peneira. A casa foi desarrumada, temos agora que trabalhar muito para colocar o País nos trilhos e voltar a crescer”, completou o tucano. 

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